Proibicionistas: mais estudos sobre uso medicinal

CDH - Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa

A discussão e a aprovação do uso medicinal da maconha vêm avançando no Senado Federal nos últimos meses. Os especialistas contrários a qualquer forma de liberação, porém, argumentaram nesta segunda-feira (13) que as investigações científicas e estudos clínicos feitos até o momento são insuficientes para comprovar a segurança e a eficácia do uso médico da cannabis. 

Alexandre Sampaio Zakir, delegado de polícia e corregedor do estado de São Paulo e um dos convidados, embora tenha argumentado que é incorreto afirmar que a regulamentação do uso da maconha reduziria os problemas de segurança pública, admitiu a ineficiência do atual modelo que criminaliza o usuário.

O delegado foi um dos convidados ouvidos na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), do Senado Federal, no sexto encontro conduzido pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF). O parlamentar é o responsável por elaborar relatório da SUG 8/2014, que pede a regulamentação do uso medicinal, industrial e recreativo da maconha.

Participaram do debate, além do delegado paulista, o padre Aníbal Gil Lopes, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o psiquiatra Marcos Zaleski, a presidente da Associação Brasileira do Estudo do Álcool e outras Drogas (Abead), Ana Cecília Petta Roselli Marques e o deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS).

O uso terapêutico de substâncias como o canabidiol (CBD) tem se mostrado eficiente em pacientes que sofrem de epilepsias graves, esclerose múltipla, esquizofrenia e mal de Parkinson. No entanto, os médicos ouvidos pelo senador afirmam que ainda são necessárias metodologias mais rígidas de acompanhamento destes resultados, de forma a proteger a população contra efeitos adversos das substâncias. O maior temor dos especialistas ocorre em relação aos efeitos da liberação entre crianças e adolescentes.

(Texto: Renata Rodrigues / Foto: Agência Senado)

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