Mais de 25 mil pessoas estão em tratamento contra hipertensão no Rio de Janeiro

O número considera as 76 Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde administrados pelo Viva Rio que atuam no combate à doença

Aferição da pressão arterial de um paciente – Foto: Pedro Conforte 

 

26/04/2022

A hipertensão, também conhecida como pressão alta, atinge de 30% a 35% da população brasileira. Mas por ser silenciosa e muitas vezes não apresentar sintomas, nem todos sabem de seu diagnóstico. No município do Rio de Janeiro, considerando as 76 Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde administrados pelo Viva Rio, 25.757 pacientes estão em tratamento de hipertensão e os casos predominam entre pessoas de 60 a 69 anos e em mulheres (64%).  

O objetivo do acompanhamento na atenção primária (CF e CMS) é controlar a pressão através da medicação correta e alimentação saudável para evitar o agravamento do quadro, que pode levar a um infarto ou AVC hemorrágico. A hipertensão é o aumento da pressão nos vasos sanguíneos do corpo, levando a lesões crônicas de órgãos e risco aumentado de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares. 

Aproximadamente 90% dos casos de hipertensão são o que se chama de primária, ocasionada por genética ou estilo de vida. Abaixo, a lista completa dos fatores de risco da hipertensão primária: 

Idade, pessoas com mais de 60 anos; obesidade; aumento da circunferência abdominal (homem com mais de 94 cm, mulheres com mais de 80 cm); sedentarismo; tabagismo; dislipidemia (colesterol elevado ou gorduras no sangue); intolerância à glicose ou diabetes; síndrome metabólica; doença arterial periférica (doença arterial coronariana, doença carotídea ou doença cerebrovascular); história familiar/genética; redução do número de néfrons; dieta rica em sódio; falta de vitamina D, fatores socioeconômicos; transtornos de personalidade e depressão; uso de medicamentos que aumentam a pressão arterial como anticoncepcionais que contêm muito estrogênio em sua composição, antidepressivos, descongestionantes nasais, corticoides, anti-inflamatórios não esteroides. 

 

Doença silenciosa 

Nesta terça-feira (26/04), Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, a entrevista com o médico Arthur Mattar aponta os principais sintomas e as formas de combate à doença. 

Pergunta: Quais os principais sintomas?

Arthur Mattar: “Os sintomas da hipertensão são muito silenciosos, às vezes o paciente está com a pressão alterada mas não relata nada, isso é o mais perigoso. Mas quando há algum sintoma, geralmente sente o coração bater mais forte, cansaço, tontura e pressão na cabeça. Se identifica mais por exame físico: pulsos aumentados (batendo mais forte que o normal).”

 

Pergunta: Como diagnosticar a pressão alta?

Arthur Mattar: Para se identificar a hipertensão, o ideal é aferir a pressão entre duas consultas espaçadas. Por exemplo, se aferir a pressão em uma consulta e estiver em 14 por 9, se após uma semana o paciente retornar e a pressão continuar em 14 por 9, pode ser classificado como hipertenso. Também pode ser feito o Mapa (monitoramento ambulatorial da pressão arterial), um exame de monitoramento da pressão do paciente durante 24 horas. 

 

Pergunta: De que formas pode-se evitar a doença? 

Arthur Mattar: Com a mudança de estilo de vida: redução de peso, alteração de hábito alimentar (consumo maior de frutas e vegetais e diminuição de gorduras), redução do consumo de sódio (ou sal), fazer atividades físicas regularmente (pelo menos 30 minutos diários), não fumar e moderar o consumo de álcool. 

 

Nova Friburgo: casos de hipertensão têm queda de 19% 

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, registrou este ano 452 casos de hipertensão, a diminuição é de 19% quando comparado com os meses de janeiro a abril de 2021, que contabilizou 558 casos da doença. A unidade, referência no atendimento à população local, é administrada pelo Viva Rio e recebe diariamente pacientes com a pressão arterial elevada que não fazem nenhum tipo de tratamento. 

Nos atendimentos da UPA, 23% dos casos ocorrem na faixa etária de 50 a 59 anos. A doença é mais frequente em mulheres, com 57% dos registros. 

De acordo com o diretor médico da UPA de Nova Friburgo, Arthur Mattar, muitos dos pacientes atendidos não se medicam ou tomam medicamentos que já não são mais adequados ao seu caso, devido à falta de um acompanhamento. “O paciente chega na UPA já com as complicações da hipertensão e a equipe médica atua para salvá-lo. A unidade é fundamental para o município”, conta. 

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