Vozes Femininas: sexualidade e direitos no centro do debate

Encontro reuniu colaboradoras do Viva Rio e moradoras das comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho 

 

O Núcleo de Desenvolvimento Social do Viva Rio, realizou, nesta quinta-feira (14), um evento para colaboradoras da organização e moradoras das comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho. O “Vozes Femininas” contou com uma série de rodas de conversa que abordaram deficiência, sexualidade, direitos humanos e desafios da mulher negra na sociedade. 

As mulheres receberam informações, puderam compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas sobre os temas abordados. O evento também contou com uma apresentação de Capoterapia, que é uma modalidade da capoeira, direcionada principalmente para idosos, que consiste em uma dinâmica de grupo, com canções, berimbau e coreografias simples. 

Antônia de Maria Bezerra, de 58 anos, moradora do Cantagalo, foi uma das participantes. Alfabetizada aos 17 anos, hoje é assistente social e cursa Psicologia. “Também sou técnica de enfermagem e cabeleireira. Eu adoro estudar. Ao ouvirem a minha história, outras mulheres se inspiram a voltar a estudar. Nós precisamos ir atrás de nossos sonhos e realizar o que queremos, sem deixar que ninguém nos diga o que podemos ou não fazer”, conta. 

A programação contou com três rodas de conversa. A primeira, “Sexualidade da mulher PcD”, foi conduzida por Cheyenne Monteiro dos Reis, enfermeira e pós-graduada em Saúde da Família. Ela é uma mulher com deficiência e lésbica, que atua na saúde básica. Em sua fala, Cheyenne relata a dificuldade de mulheres PcD terem acesso à saúde e reforça que as pessoas com deficiência têm direito a uma vida sexual digna. 

O segundo bate-papo foi conduzido por Fernanda Brandão, assistente social e especialista em Saúde da Mulher, que abordou o tema “Desafios pelos direitos humanos de mulheres e meninas”. A profissional falou sobre as formas de violência contra mulher e a necessidade de fornecer informações para que a vítima saiba seus direitos. 

“Um dos desafios que enfrentamos na situação de violência doméstica é a falta de informações. Neste ano, a Lei Maria da Penha completa 18 anos e muita gente ainda não a conhece. Muitas mulheres acham que para denunciar os agressores precisam ir em uma delegacia, mas não. Além disso, as pessoas desconhecem os outros tipos de violência, além da física, como a violência psicológica, que abrange ameaças, xingamentos e humilhações”, explica Fernanda. 

Antônia Soares, líder comunitária e cofundadora do Museu de Favela (MUF) da comunidade do Cantagalo, encerrou as rodas de conversa. Com o tema “Trajetória de uma mulher negra, moradora de comunidade, superando os desafios e ressignificando sua história”, Antônia falou de suas conquistas ao longo da vida e como superou as dificuldades. 

O evento “Vozes Femininas” contou com o apoio da assistência social do município. Estiveram presentes Aretusa Paula, diretora do Centro Municipal de Cidadania Rinaldo de Lamare, Soraia Gomes Ferreira, diretora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Sebastião Theodoro Filho, além de Patrícia Soeiro, diretora do CRAS Rinaldo de Lamare, e Suely Rodrigues, assistente social na mesma unidade.

Confira abaixo mais fotos do evento.

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