Viva Rio cria aplicativos para notificação de casos de violência em unidades de saúde

O projeto inédito foi desenvolvido pela Segurança Humana e Articulação Comunitária da instituição 

Treinamento com controladores de acesso do Hospital Albert Schweitzer sobre o uso do aplicativo

 

Para monitorar os incidentes que podem acontecer diariamente nas unidades de saúde sob sua gestão, o Viva Rio, através das áreas de Segurança Humana e Articulação Comunitária, criou dois aplicativos para notificar ocorrências que envolvem segurança: o Livro de Ocorrência e o Sistema de Notificação em Segurança Humana. 

As ferramentas servem para notificar diversos casos de violência e conflitos, que incluem agressões físicas e verbais, dano ao patrimônio, invasão da unidade ou de algum setor, casos de racismo e homofobia, furtos e roubos e alta à revelia, além de questões externas que podem interferir no funcionamento do local, como operações policiais. 

A iniciativa é inédita na rede de saúde do Rio de Janeiro e já está em funcionamento no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, há cerca de dois meses. Também está sendo implementado em unidades básicas de saúde da Zona Norte. O objetivo é padronizar o registro das ocorrências e, a partir dos dados coletados, pensar em ações que garantam a segurança dos funcionários e pacientes. 

Pedro Braum, coordenador de Segurança Humana do Viva Rio, explica que a criação dos aplicativos vem de um projeto maior, o Selo Viva Rio de Segurança Humana, que define uma série de normas de qualidade, usando a segurança da unidade de saúde. O piloto desse projeto foi implementado no Albert Schweitzer. “O hospital já fazia o registro de ocorrências, mas era precário, geralmente discutido em grupos de WhatsApp ou por e-mail. Era algo que se perdia com o tempo e não havia uma padronização”, explica. 

Com o sucesso do uso dos aplicativos no Albert Schweitzer, o Viva Rio também está implementando o sistema de notificação em unidades básicas de saúde sob sua gestão na Grande Tijuca (CAP 2.2). 

Página inicial do aplicativo Livro de Ocorrências 

 

“A proposta é que esses aplicativos sirvam como uma forma de notificação e registro ao longo do tempo, para termos ideia do que está acontecendo nas unidades onde estamos. Vão nos permitir fazer comparações e identificar o que está melhorando ou piorando, e quais casos têm aparecido mais. A partir disso, vamos criar intervenções para melhoria. Não queremos que as ocorrência rotineiras se transformem em casos extremos, por isso é importante esse controle”, conta Pedro.

O Livro de Ocorrências foi criado para que os controladores de acesso, que estão na portaria das unidades, possam registrar, de forma eletrônica, as ocorrências no dia a dia da unidade. Nas Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde existe um livro físico para esse registro, mas a intenção é que, aos poucos, tudo seja virtual. O aplicativo é bem simples, nele os profissionais preenchem com seu nome, unidade e as informações básicas do incidente. 

Já o Sistema de Notificação em Segurança Humana foi criado para reunir as informações mais relevantes, os casos que merecem mais atenção e registro especial. Nele são preenchidos data e horário do incidente, unidade ou setor, quem envolveu (usuário, colaborador, custodiado, visitante, agente do Estado, ex-colaborador, comunidade, etc), de quem partiu, os tipos de incidentes e outros dados.

Página inicial do aplicativo Sistema de Notificação em Segurança Humana 

 

Nesse aplicativo é feita uma descrição mais detalhada, que inclusive pode incluir alguma evidência em fotos e vídeos. Além disso, também deve ser preenchido qual foi a ação inicial tomada pela pessoa que está notificando e se foi acionada a força de segurança pública, como a Polícia Militar e a Guarda Municipal. 

Os responsáveis por notificar os casos mais complexos são os supervisores dos controladores de acesso e membros da equipe de Articulação, Segurança Humana e Ouvidoria. 

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