Jean Baptiste, do Haiti Aqui, na Semana Nacional de Discussões sobre Migração, Refúgio e Apatridia, em Brasília – Foto: Tom Costa/MJSP
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania promove, de 19 a 23 de junho, a Semana Nacional de Migrações e Refúgio. O evento conta com uma série de atividades voltadas para a sensibilização e a promoção de direitos das pessoas migrantes, refugiadas e apátridas no Brasil. Na programação está um seminário, realizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que teve a participação do Haiti Aqui em uma das mesas de discussão.
A Semana Nacional de Discussões sobre Migração, Refúgio e Apatridia está promovendo seminários que fomentam diálogos sobre essa comunidade e os desafios enfrentados por ela. Jean Baptiste, articulador da equipe do Haiti Aqui, participou do debate com o tema “Combate à intolerância religiosa e à xenofobia”, na quarta-feira (21). O evento contou com transmissão ao vivo no canal do Ministério da Cidadania.
Na mesa de discussão também estiveram presentes os professores Paulo Farah, da Universidade de São Paulo (USP) e Handerson Joseph, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Alex André Vargem, diretor de Promoção dos Direitos Humanos, da MDHC; e Mayara Nafe, secretária de Juventude da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL).
No seminário, Jean Baptiste teve a oportunidade de contar um pouco da sua história. O haitiano vive no Brasil há 10 anos e fala da alegria em trabalhar no Viva Rio. Quando chegou como imigrante ao país, foi ajudado por organizações sociais, em diversas áreas, desde a comunicação até a regularização de documentos. “Sou grato por poder ajudar outros imigrantes que estão passando pelas situações que já enfrentei”, relata.
O haitiano contou sobre um caso marcante de xenofobia que sofreu. “No meu segundo dia no Brasil, crianças do bairro onde eu morava começaram a correr e gritar quando me viram. A mãe de uma delas havia dito que pessoas estrangeiras são canibais, então deveriam ter medo”, relembra. Para ele, a ignorância é uma das causas do preconceito. “Combater a xenofobia vai muito além de condenar atos. É preciso criar ações positivas para conscientizar a população de maneira constante”, finaliza.