Conheça histórias de amizade entre profissionais de saúde e pacientes que ultrapassam os espaços das unidades

 

Sophia Castro, médica Luíza Simões e Jacyara Castro na festa de aniversário da criança, realizada na Clínica da Família

 

20/07/2022

O Dia do Amigo, celebrado nessa quarta-feira (20), foi instituído no estado do Rio de Janeiro em 2008, e marca um dia de afetos entre as pessoas. As amizades podem surgir em diversos locais, inclusive em unidades de saúde, ultrapassando as relações tradicionais entre profissionais e pacientes. 

Luíza Simião, médica Responsável Técnica da Clínica da Família José de Paula Lopes Pontes, em Guaratiba, mantém amizade com duas pacientes, Sophia, de cinco anos, e a mãe, Jacyara Castro, há mais de um ano. 

A pequena paciente, Sophia Castro, chegou na CF José de Paula Lopes Pontes, em junho de 2021, ainda com quatro anos, com um quadro de broncoespasmo (fechamento e presença de inchaço nas pequenas vias aéreas, por onde o ar é transportado até chegar aos pulmões). Enquanto estava sendo medicada, o encontro com a médica Luíza Simões aconteceu. “Imediatamente fiquei apaixonada por ela”, conta. 

Luíza observou que a criança tinha um dedo a mais na mão esquerda e, por ter experiência nesse tipo de procedimento, ofereceu uma cirurgia de correção. A médica relata que a conexão entre ela, Sophia e a mãe, Jacyara, foi imediata. “Nesse mesmo dia, a gente criou um vínculo que foi uma conexão energética. Ela voltou e tiramos o dedinho dela. Sophia ficou super apegada a mim, assim como eu fiquei apegada a ela”, conta. 

Para mãe e filha, a simpatia pela médica também aconteceu instantaneamente. “É a  primeira vez que temos esse tipo de relação com um médico, fiquei muito feliz. Sou muito grata por ter uma amiga e médica que cuida das pessoas com tanto carinho e amor”, relata Jacyara. Sophia, hoje com cinco anos, fala de seu amor pela tia Luíza (como chama a médica): “Eu amo muito a tia Luíza, ela é meu amorzinho. Ela é muito legal”. 

Luíza, sua filha Anita, Jacyara e Sophia em um passeio

 

Para a médica Luíza, o fato de Sophia se parecer fisicamente com sua sobrinha foi a principal causa de afeição com a criança. “Ela é a cara da minha sobrinha, filha da minha irmã, acho que fiquei mais encantada por isso. Mas ela é um doce de criança, não foi difícil me apegar a ela”. 

Pouco depois de se conhecerem, Jacyara e a médica trocaram telefones, e se falam diariamente, seja por mensagem ou videochamada. Por morarem próximo à Clínica da Família, Jacyara e Sophia fazem visitas à Luíza semanalmente. Além das visitas para tratamento da criança. Aos finais de semana, todas passeiam juntas, incluindo a filha da médica, a Anita, de 10 anos, que também se apegou muito à pequena paciente. 

Em dezembro de 2021, Sophia precisou ser internada, e foi quando descobriu seu diagnóstico de asma. Jacyara conta que durante os oito dias em que a filha esteve no hospital, Luíza acompanhou de perto. “No momento que eu mais precisei ela estava o tempo todo do nosso lado, ia ao hospital nos visitar. Luiza é muito especial para nós, sou muito grata. Gosto muito dela, nos damos muito bem”, finaliza. 

 

Amizade no Hospital Municipal Albert Schweitzer 

Viviane Menezes é enfermeira do Centro de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Albert Schweitzer há 10 anos e já construiu algumas amizades ao longo desse período. A mais recente foi com a mãe de um paciente, Giselle Rodrigues, há aproximadamente um mês. O filho, Thiago Rodrigues, de 17 anos, teve uma obstrução intestinal e precisou passar por uma cirurgia. Após complicações, foi para o CTI e teve que ser intubado. 

A enfermeira conta que teve uma ligação muito forte tanto com a mãe, quanto com o filho. “Quando ela não podia ficar no hospital, eu mantinha contato com ela. Fazia ligações para avisar do quadro de saúde do filho. Estávamos sempre em contato por mensagens e telefonemas”. 

Enfermeira Viviane Menezes no Hospital Municipal Albert Schweitzer 

 

Viviane conta que tem um filho da mesma idade do Thiago, o que a comoveu ainda mais a ajudar Giselle. “Eu olhava para o Thiago e via meu filho. Então me coloquei no lugar da mãe dele. Antes de ser intubado ele queria ter falado com a mãe, mas não pôde porque estava no CTI, então fui a porta-voz. Eu sempre dava informações para a mãe, que estava agoniada”, lembra a enfermeira. 

Para Giselle Rodrigues, a amizade com Viviane foi essencial naquele momento de dificuldade. “É uma pessoa que foi muito importante na minha vida, me deu muito apoio e força. Não estava ali só fazendo o trabalho dela, foi sensível, tentando me consolar. Sou muito grata a ela por tudo”. 

Thiago ficou internado por quase um mês, sendo 15 dias no CTI. Depois de receber alta, o contato entre os três ainda permanece de forma virtual. “Sempre que for possível quero ter contato com ela”, afirma Giselle. 

“No dia da alta ela foi no quarto se despedir e desejar minha melhora. Sempre manda mensagem perguntando como estou. Ela é uma amiga para toda a minha família”, conta Thiago.

Postado em Notícias.