Colaboradores do Viva Rio recebem treinamento do programa Stop The Bleed

Marcelo Pessoa e Hélio Machado Vieira Junior, instrutores do Stop The Bleed (pare o sangramento)

 

“São conhecimentos que eu nunca aprendi em lugar nenhum e são essenciais para a vida, para se ajudar e ajudar ao próximo. Já passei por situações de desespero onde a falta de conhecimento foi um problema. É importante obtermos esse aprendizado e repassarmos para outros”, conta Sabrina Seixas, pesquisadora da Coordenação de Ensino e Pesquisa do Viva Rio, uma das participantes do treinamento do Stop The Bleed nesta segunda-feira (12), na sede da instituição.

O Viva Rio, em parceria com o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e a Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT), promoveu mais um treinamento do programa Stop The Bleed (pare o sangramento, salve uma vida), agora para os colaboradores da sede da instituição. Cerca de 30 funcionários, de diversos setores, foram treinados para conter sangramentos e ajudar a salvar vidas. 

Os participantes aprenderam a prestar um atendimento inicial a uma vítima de trauma e as maneiras corretas de conter os sangramentos. Também puderam esclarecer dúvidas e executar as técnicas aprendidas. 

A aplicação do Stop The Bleed faz parte da campanha pelo controle das armas de fogo, iniciada pelo Viva Rio em maio, em parceria com o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor e instituições da sociedade civil. Treinar cidadãos para conter sangramentos pode diminuir o número de vítimas fatais, não apenas de armas, mas de qualquer tipo de acidente. Os treinamentos começaram no Hospital Municipal Albert Schweitzer, onde participaram funcionários, líderes comunitários, professores e educadores sociais. Todas as segundas-feiras, a unidade está promovendo o curso para as equipes não assistenciais. Ao todo, somados os treinamentos do hospital com o realizado na sede do Viva Rio, já foram capacitadas 214 pessoas.

Rubem César Fernandes, fundador do Viva Rio e idealizador da campanha pelo controle das armas, ressalta a importância do treinamento. “O Stop The Bleed tem tudo a ver com a nossa campanha. É fundamental que a sociedade seja capaz de responder às situações de hemorragia, não só na questão das armas de fogo, mas no geral”, enfatiza.

Sabrina Seixas, pesquisadora da Coordenação de Ensino e Pesquisa do Viva Rio, usando o torniquete (instrumento utilizado para conter sangramentos)

 

Hélio Machado Vieira Junior, coordenador da Clínica Cirúrgica do Hospital Municipal Albert Schweitzer e membro do American College of Surgeons, foi quem conduziu o treinamento. Para ele, o ideal é que toda a população recebesse essas instruções, já que a principal causa de morte evitável após um trauma é o sangramento. 

“Há situações em que não podemos esperar o socorro chegar. Nos Estados Unidos, por exemplo, só neste ano já aconteceram mais de 150 atentados em escolas, no Brasil, foram cerca de 30. Nenhum sistema de saúde é desenhado para esse tipo de episódio”, explica. 

Marcelo Pessoa, cirurgião e instrutor do Stop The Bleed, reforça que prevenir as consequências dos acidentes é sempre melhor que tratá-las. “Mais do que ter unidades e linhas de cuidados especializadas em situações de trauma, é importante focar no primeiro espectador do acidente, pessoa que pode fazer a diferença na vida ou morte do paciente vítima de trauma. O curso ajuda a reconhecer sangramentos que ameaçam a vida e fortalece a nossa linha de primeiros socorristas nos locais”, explana. 

O Stop The Bleed é uma campanha mundial liderada pelo American College of Surgeons (ACS), através de seu Comitê de Trauma, e tem por objetivo educar o cidadão e agentes públicos a prestar socorro inicial às vítimas de traumatismos, reconhecendo fontes de sangramento que, se não identificadas e facilmente contidas, podem resultar em morte. Até 2018 já foram treinadas aproximadamente 900 mil pessoas no mundo, fazendo a diferença em 102 países. 

O próximo treinamento do Stop The Bleed promovido pelo Viva Rio será na próxima segunda-feira (19), voltado para Enfermeiros Responsáveis Técnicos (RT) das Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde que a organização administra.

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