18/9/2016
Quem esteve na praia de São Conrado, no último sábado (17), conferiu as oficinas oferecidas pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), em parceria com o Viva Rio e com a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj). As comemorações ao Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, em inglês chamado de Clean Up Day, atraíram voluntários e agentes socioambientais empenhados em coletar o lixo acumulado nas areias do local.
Os banhistas também puderam aprender técnicas de construção de instrumentos musicais sustentáveis e confecção de roupas, feitos a partir do lixo coletado na comunidade da Rocinha, através do Projeto de Olho no Lixo. “Com este movimento buscamos transformar o comportamento da população. A mudança só acontece através de ações como esta, que promovem a educação e interação com o público”, garante André Corrêa, secretário estadual do Ambiente.
As ações de mobilização ambiental fazem parte da 14ª edição, o Clean Up The World (CUW), que envolve 35 milhões de pessoas em 125 países. As iniciativas aconteceram nas principais praias do Estado do Rio, entre elas, Ipanema, Copacabana, Praia Vermelha, Barra, Prainha, Niterói, Ilha do Governador e Paquetá. Entre as atrações também estava o Grupo Chegando de Surpresa, da Comlurb, e o DJ Fábio ACM, integrante da equipe do Socioambiental do Viva Rio, que tocou com vinis que haviam sido descartados.
Lixo também pode virar arte
O projeto “De Olho no Lixo: transformando resíduo em arte, cultura e educação”, desde fevereiro de 2016, desenvolve um trabalho de manejo correto dos resíduos sólidos na favela da Rocinha visando a minimizar o impacto negativo provocado pelo lixo. O projeto também é executado pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), em parceria com o Viva Rio Socioambiental e apoiado pela ASSERJ e desde março deste ano já recolheu 218 toneladas de resíduos de pontos estratégicos da comunidade.
Márcia Rolemberg, coordenadora do Viva Rio Socioambiental, acredita que além de gerar resultado no meio ambiente, essa estratégia é capaz de criar oportunidades de aumento da renda e valorizar a cultura da população. “Nosso principal objetivo é diminuir o impacto do lixo na Rocinha e transformar o olhar do morador em relação ao destino que são dados aos resíduos”, afirmou.
Para sensibilizar os moradores e incentivar a transformação da cultura do lixo são ofertadas duas turmas para cada uma das oficinas que fazem parte do projeto: a oficina EcoModa e a Funk Verde. Coordenada pelo estilista e educador Almir França a proposta da EcoModa é incentivar a prática do empreendedorismo com aulas de desenho de moda, modelagem, corte e costura, estamparia, bordado e acessórios. A iniciativa visa promover a autonomia econômica e social desses moradores.
Já a oficina Funk Verde transforma lixo descartado em objetos musicais. A coordenadora da oficina, Regina Café, reconhece que transformar todo o tipo de lixo em conteúdo é uma prática de vida. Regina iniciou sua trajetória no Centro Cultural da Rocinha e diz que voltar a maior favela da zona Sul do Rio é emocionante. “Isso é muito mais que uma profissão, eu contribuo para a mudança na vida das pessoas que passam a ver o lixo como uma arte. Com a oficina Funk Verde, já transformamos a vida de muitos moradores na comunidade da Rocinha” concluiu.
Confira aqui as fotos do evento.
(Texto: Vívian Guimarães | Fotos: Tamiris Barcellos)