VIVA RIO HAITI

O Viva Rio está no Haiti há 17 anos com projetos de educação, esporte e cultura, além de trabalhos de ajuda humanitária.

Em 2004, o Viva Rio foi convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para auxiliar na implementação da missão de paz no país, a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti).

O convite da ONU foi inspirado pela experiência do Viva Rio em mediação de conflitos nas comunidades do Rio de Janeiro.

A Minustah era diferente das missões coordenadas pela ONU em outros países do mundo, que geralmente envolviam conflitos com elementos políticos, étnicos e religiosos. No Haiti, os grupos armados localizados nas favelas de Porto Príncipe se dedicam tanto à luta política quanto à criminalidade urbana, e, não raro, promovem violentos conflitos de natureza territorial entre si.

Desde que chegou ao Haiti, o Viva Rio teve papel fundamental na concepção do que passou a ser chamado pelas Nações Unidas de Segunda Geração de projetos de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR). Essa nova abordagem, além de envolver instrumentos tradicionais de desarmamento e redução de violência (como o descarte de armas de fogo e a reinserção de ex-combatentes na sociedade), inclui a comunidade como um todo e tem como objetivo promover a paz.

 

Desde 2004...

O Viva Rio atua no Haiti com programas multidisciplinares e inovadores que buscam a promoção da paz e a redução da violência, através do desenvolvimento local, da inclusão social e da reabilitação urbana.

O trabalho começou em 2004, por meio de pesquisas e consultorias na região da Grande Bel Air, um complexo de favelas da capital Porto Príncipe. Em 2007, o Viva Rio iniciou projetos próprios na região, a partir da abertura do centro comunitário Kay Nou (“Nossa Casa”, em crioulo), que concentra diversas atividades educativas, culturais e esportivas – como futebol, capoeira, música, dança e bootcamps (treinamentos intensivos que unem prática e teoria), – além de cursos profissionalizantes e formação de lideranças comunitárias para a mediação.

Com o terremoto de 2010, houve uma expansão dos programas da organização para outras partes da cidade e do país em situação de vulnerabilidade social, como Martissant, Cité Soleil, Arcahaie e Bon Repos.

 

Academia Pérolas Negras

A Academia Pérolas Negras (APN) funciona como casa, escola e centro de treinamento para jovens em busca de um futuro melhor através do futebol. As principais metas do centro esportivo são a formação de atletas de alto nível e a criação de uma infraestrutura competitiva no Haiti.

O centro esportivo Pérolas Negras, localizado em Bon Repos, Zona Norte de Porto Príncipe, possui quatro campos de futebol de tamanho oficial, piscina e sala para musculação.

Os jovens que se destacam são chamados para integrar times brasileiros, como o Audax São Paulo Futebol Clube. Regularmente, há mais de 100 crianças e jovens treinando no time, com idades entre 7 e 16 anos.

 

Parceria com a Federação Haitiana de Futebol

O Viva Rio e a Federação Haitiana de Futebol (FHF) oferecem, tanto à equipe feminina quanto à masculina, uma temporada de treinamento intensivo no Brasil. A última atuação dessa parceria foi com a seleção nacional Sub-17, em 2016, quando toda a equipe foi treinada no Brasil e acompanhada pelo staff técnico da Academia Pérolas Negras na fase de eliminatória que ocorreu no Panamá. Hoje, atletas do masculino e do feminino formados na APN, quando selecionados pelo staff técnico da FHF, são transferidos para o centro de treinamentos da Federação em período integral, incluindo sua formação acadêmica.

 

Gingando pela Paz

Desde 2008, o Gingando pela Paz utiliza a capoeira como um meio de ressocialização de crianças e jovens afetados pela violência armada. Também é responsável por formar instrutores, com o objetivo de propagar a capoeira. Começou como um projeto do Viva Rio e atualmente é uma organização que tem atividades no Haiti e na República Democrática do Congo, na África. O Viva Rio mantém uma parceria com a organização e suas atividades do Haiti. Desde 2019, todos os professores de capoeira são haitianos.

 

 

Aochan Creole e Escola de Dança

O Aochan Creole foi criado em 2010, depois do terremoto que devastou o país. É um curso que mistura danças folclóricas haitianas e brasileiras. Homens e mulheres participam, mas predominam as mulheres. Com o terremoto, uma escola de música tradicional de Bel Air desabou e o Viva Rio a integrou em seus projetos, aproveitando parte dos professores.

Os alunos tocam música haitiana, jazz e clássica e integram a banda de música do Viva Rio, a Fanfare (orquestra), que se apresenta em eventos próprios e de parceiros.

Ao todo, Gingando pela Paz, Aochan Creole e Fanfare reúnem aproximadamente 300 alunos no centro comunitário Kay Nou.

 

Vermelho, Azul e Verde: Comunidade e Segurança Pública no Haiti – 2017-2020

Projeto de redução de violência comunitária e produção de oportunidades para jovens de toda a região metropolitana de Porto Príncipe. Era dividido em três eixos. O primeiro oferecia oportunidades econômicas e culturais para jovens, como capoeira, dança, música e formação tecnológica e profissional. Além disso, gerava empregos na área de infraestrutura, como construção de quadras e praças públicas nas favelas e comunidades.

O segundo eixo era a redução de violência e a mediação de conflitos em comunidades, com a criação de comitês de segurança comunitária que se reuniam a cada dois ou três meses e promoviam atividades de promoção da paz.

Como terceiro eixo, havia reforço da polícia comunitária, no qual o Viva Rio teve papel importante com projetos-piloto, como formação de policiais que faziam curso específico para polícia comunitária e cursos para lideranças comunitárias.

Também eram elaborados calendários de atividades, construídas pela polícia e pela comunidade em conjunto, como, por exemplo, concurso acadêmico entre as escolas e festivais culturais a cada dois meses.

 

Mapou Lapaix (Árvore da Paz) – 2019-2022

O Mapou é uma árvore sagrada no Haiti. Esse é um projeto de mediação de conflito em Grande Bel Air. Promove atividades culturais, educativas, formação de lideranças em mediação e assistência à polícia comunitária, através da organização de reuniões de segurança das comunidades, maratonas e concursos escolares.

 

Kore Kilti (Ajudar a Cultura) – 2020-2022

É um projeto de assistência às organizações culturais de Porto Príncipe, Jacmel e Cabo Haitiano através de financiamentos de projetos. O Viva Rio repassa recursos para as organizações culturais, através de processo de seleção. Por exemplo, em uma escola de cinema, atua no financiamento para formação de profissionais. Ao mesmo tempo, os beneficiados participam de um programa de formação em gestão de projetos culturais. O projeto também implementa o Atlas Kilti, base de dados virtual sobre as atividades culturais haitianas.

 

Rede de Segurança Social Temporária para os Jovens – 2020-2022

Voltado para criação de empregos temporários para jovens em situação de risco social. Ocorre em dois complexos de favelas: Martissant e Cité Soleil.

Prevê beneficiar mais de 10 mil jovens em situação de risco. Gera empregos através da construção e reparo de equipamentos urbanos, como quadras poliesportivas, praças, escolas, clínicas de saúde, passarelas, pontes e iluminação pública.

 

Redução da Violência Comunitária em Martissant e La Saline – 2020- 2022

Projeto de parceria do Viva Rio, da organização haitiana Lakou Lape e de agências da ONU.

Promove a criação de empregos para jovens em Martissant e La Saline, o apoio à polícia comunitária, à organização de campanhas nas escolas contra a violência e criação e manutenção de comitês de segurança locais.

 

Centro de Formação Raymond Louis Roy – 2013-2019

O Centro de Formação Raymond Louis Roy foi criado com o intuito de capacitar a mão de obra dos jovens de Côte Des Arcadins, região conhecida pela beleza de sua paisagem litorânea. O espaço oferece cursos técnicos de hotelaria e turismo, desenvolvidos em parceria com o Instituto Eco Brasil, e já formou mais de 300 alunos até 2019.

Naquele ano, o curso teve que ser interrompido por conta da pandemia do Covid-19