Viva Rio participa de evento sobre saúde mental promovido pela Secretaria de Estado da Mulher

Foto: Rafael Campos

 

Para discutir a saúde mental das mulheres, sobretudo as vítimas de abusos, e também daquelas que estão na linha de frente da rede de proteção às vítimas de violência doméstica e familiar, a Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ) promoveu um evento na última quinta-feira (26), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). A ação foi realizada em parceria com o Viva Rio e integra o Pacto Pela Vida, iniciativa do Governo do Estado que tem por objetivo promover a saúde mental e valorizar a vida, unindo esforços de diversas secretarias e organizações. 

O encontro “Setembro Amarelo: a saúde mental da mulher” reuniu profissionais que atuam em unidades da Secretaria, representantes de Conselhos de Direitos da Mulher, gestoras de políticas para mulheres dos municípios e outros atores da rede de proteção. A mesa de discussão contou com a participação de Dione Pires, assistente social e coordenadora do grupo de Mulheres no Ambulatório Maracanã (Mané Garrincha), e colaboradores do Viva Rio: Maíra Matos, psicóloga, mestre em Saúde Pública e coordenadora de saúde mental da instituição; Jéssica Azevedo, farmacêutica e integrante da equipe de saúde mental e Ronaldo Lapa, jornalista e diretor de marketing, que mediou a conversa. 

No evento foi discutido o atendimento especializado às mulheres, os processos de encaminhamento à rede psicossocial e a atenção à saúde mental das mulheres atendidas, sobretudo as vítimas de violências de vários tipos. Maíra Matos comentou sobre o sofrimento mental das mulheres violentadas. 

“Muitas das mulheres em sofrimento psíquico estão vivendo em situações de vulnerabilidades diversas, como financeira e social, que as dificultam de romper com o ciclo de violência. Falamos sobre as possibilidades de cuidados disponíveis para essas mulheres, em especial aquelas que já viveram, ou ainda vivem, situações de violência, que são maioria pobres e pretas. Reforçamos a importância dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Deambulatórios, que contam com uma equipe multiprofissional totalmente capacitada. Os CAPS atendem casos mais graves, que necessitam de atendimento mais intensivo, enquanto os Deambulatórios são de média complexidade e atendem diretamente no território”, conta a coordenadora de saúde mental do Viva Rio. 

Além dos impactos das violências, a sobrecarga também é um fator que atinge a saúde mental das mulheres, sobretudo mães solo e cuidadoras. “Uma pesquisa da organização Think Olga mostrou que 45% das mulheres brasileiras possuem diagnóstico de ansiedade, depressão ou outros tipos de transtornos. Tenho convicção de que não há possibilidade de construirmos uma sociedade saudável se não cuidarmos imediatamente da sobrecarga e da saúde mental das mulheres. Por isso, reunimos todos os profissionais da rede de acolhimento às mulheres para oferecer capacitação e ferramentas para aprimorar o atendimento”, comenta Heloisa Aguiar, secretária de Estado da Mulher. 

Confira abaixo mais fotos do evento. 

Texto: Raquel de Paula 

Fotos: Rafael Campos

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