4/11/2016
A decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), de a partir de 2017 permitir que atletas refugiados possam jogar nas competições brasileiras fora da cota para estrangeiros é uma “vitória sensacional”, na opinião de Rubem César Fernandes, diretor executivo do Viva Rio, que contribuiu para a medida com duas visitas feitas nos últimos meses à instituição.
“Com isso, o futebol entra no campo da vanguarda, porque os refugiados deixam de ser uma ameaça para se tornarem talentos no Brasil e no mundo”, completou. Para Rubem, o fato de torna um case internacional, com possíveis e amplos desdobramentos futuros.
Este tipo de iniciativa começou em setembro, quando a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) tornou federados os atletas refugiados do Estado, a partir da advogada Luciana Lopes, que assessora o Viva Rio, no embalo da política de integração adotada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para a Rio 2016, com a homologação de uma delegação de refugiados.
Com isso, é possível que outras federações do país adotem o exemplo. “Não é obrigatório, mas a tendência é que outras federações sigam o exemplo, que tem caráter social e produz efeitos de política pública”, observou o assessor jurídico do Viva Rio, Pablo Siqueira.
Com a adesão da CBF, a regra passará a vigorar para a Copa do Brasil e para o Campeonato Brasileiro, em todas as suas séries. “Para os Pérolas Negras – time haitiano criado pelo Viva Rio – é excelente, abre ainda mais o mercado”, comemora Siqueira.
De acordo com dados da ONU, o número de refugiados no Brasil cresceu 2900% no último ano. Os atletas refugiados que integrarem as equipes de futebol não sofrerão as limitações de vagas restritas aos estrangeiro e serão equiparados, desportivamente, aos brasileiros.
(Texto: Celina Côrtes | Fotos: Vitor Madeira)