A cientista política Maria Helena Moreira Alves (1944-2015) foi lembrada na noite de quarta-feira (24/09) no Viva Rio, em homenagem organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). Embora não tenha sido funcionária da instituição, foi ativa participante em campanhas, como a do Desarmamento. “Por onde passou, ela deixou rastros”, observou o diretor executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes.
Assim como seu irmão, o deputado Márcio Moreira Alves, Maria Helena esteve à frente da luta contra o regime militar. Coordenou no Rio, em 1980, o fundo de apoio à greve dos trabalhadores do ABC. Exerceu papel relevante no debate sobre o novo sindicalismo que resultou na fundação da CUT. “Sempre foi uma defensora das questões ligadas aos direitos humanos e militou contra a guerra do Vietnã quando morou nos Estados Unidos”, lembrou o ex-deputado e advogado Modesto da Silveira.
A jornalista Ana Cruz, com pós-graduação em História da África, que trabalhou com Maria Helena na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e na organização de movimentos sociais, define a cientista política como uma pessoa extremamente comprometida. “Ela atuava na política com o coração, comprou muitas brigas porque acreditava no que fazia”, completou.
Nascida no Rio de Janeiro, Maria Helena era PHD em Ciências Políticas do Massachusetts Institut of Technology (MIT), especializada em direitos humanos e política internacional. Professora aposentada de Ciência Política e Economia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), também lecionou na Madison University of Wisconsin e na University of New Mexico, nos Estados Unidos.
“Ela fazia muita pesquisa por onde andava. Fomos colegas de exílio nos Estados Unidos e convivemos por bastante tempo. Era uma pessoa bem presente no Viva Rio”, concluiu Rubem César.
O viúvo de Maria Helena, o sindicalista chileno José Valentin, era o mais emocionado da cerimônia, conduzida pelo reverendo Mozart Noronha. Vítima de câncer, Maria Helena foi operada nos Estados Unidos em novembro, fez quimioterapia em Cuba, foi para o Chile e com o agravamento da doença, voltou a Cuba, onde faleceu em 27 de julho. “Ela foi em paz”, disse Valentin.
(Texto: Celina Côrtes|Fotos: Paulo Barros e Internet)