O Viva Rio recebeu uma média de 300 inscrições e currículos de candidatos a ocupar uma vaga no quadro de colaboradores da organização, durante a 6ª Feira de Estágios e Empregabilidade que aconteceu nos dias 27, 28 e 29 de outubro, nas Faculdades São José, em Realengo.
Atualmente, há 15 vagas abertas para cargos variados nas áreas de saúde e administrativa, de médicos e auxiliares de saúde bucal e farmácia, a auxiliar de departamento pessoal e analista de informação.
As amigas Eduarda Vieira de Carvalho, 20, Carla Caroline Virans, 23, e Jacqueline Carvalho, 44, estão investindo em uma especialização. Elas são colegas do curso técnico de assistente de saúde bucal e estão buscando uma oportunidade de trabalho. Jacqueline está retomando os estudos na área da saúde bucal, após trabalhar algum tempo como operadora de caixa em supermercados. “Já fiz muitos cursos”, diz ela.
A assistente de Recursos Humanos Letícya da Silva e Souza explica que todas as vagas oferecidas pelo Viva Rio podem ser ocupadas por Pessoas com Deficiência (PcD), hoje uma busca prioritária do Viva Rio para seu quadro de funcionários.
“As cobranças e as responsabilidades, a jornada de trabalho e os salários são os mesmos para todos os colaboradores. As pessoas com deficiências, sejam físicas e motoras ou mentais e intelectuais, não têm privilégios nem garantias extras, não podem ser tratados com diferença”, esclarece a psicóloga Marília Guinard, que coordena o Projeto Viva Rio Eficiente e apresentou a palestra “O Processo Inclusivo no Mercado de Trabalho”, que trata da obrigatoriedade que toda empresa tem de ter entre seus colaboradores pessoas com deficiência, ou PcDs. A cota depende do número total de funcionários. Acima de 1.000 funcionários, a organização deve ter 5% de pessoas com deficiência ocupando ocupando cargos variados em quadro de colaboradores.
Marília Guinard é ela própria deficiente auditiva e faz questão de desmistificar o tema. “O PcD té um profissional como qualquer outro, com emoções, sujeitos a mudanças de humor, com vontades e dificuldades a ser vencidas”.
Acolhimento
Durante muito tempo, a PcD foi sendo frequente e sutilmente excluído do convívio social, e muitas vezes taxado de “inútil” pela sociedade, rejeitado por empresas e negligenciado pelo poder público. A própria cidade e seus espaços públicos não costumavam se preocupar com uma palavra que atualmente faz cada vez mais parte do vocabulário do brasileiro – acessibilidade. Quando era notado, era tratado como alguém de quem se tem pena.
Hoje a Lei 8213/91 obriga os empregadores a dar a devida atenção ao assunto. Os termos de referência a pessoas com deficiência são outros. Nada de “portadores de deficiência” ou “pessoas com necessidades especiais”. “Eles não portam a deficiência quando querem. Eles têm uma deficiência permanente, faz parte da vida dessas pessoas”, justifica Marília Guidard. Também não é correto dizer que eles têm necessidades especiais. “Uma pessoa que está com o pé quebrado e usa muletas têm necessidades especiais por algum tempo, diferentemente do PcD, que tem uma deficiência permanente e não “especial”.
O acolhimento no ambiente de trabalho é fundamental para a inserção do PcD;