O termo mudança climática refere-se a uma variação do clima ao longo do tempo que pode alterar as características do clima e causar tragédias como as que costumam ocorrer nos primeiros meses do ano.
Para discutir os impactos dessas mudanças nas comunidades de baixa renda, o Viva Favela promoveu, no dia 17 de janeiro, a mesa redonda “Mudanças climáticas e os desafios enfrentados no Rio de Janeiro: foco nas favelas”. As chuvas de verão, a prevenção de desastres naturais nas favelas e a pronta resposta a emergências ambientais foram os temas abordados.
Para Sérgio Ricardo, ambientalista e fundador do Fórum de Meio Ambiente da Baía de Sepetiba, as comunidades são as que mais sofrem nesse período, pois há uma segregação dos locais onde o dinheiro público deve ser investido.
“Não há democratização nos riscos. Os pobres são os mais vulneráveis e consequentemente os mais atingidos, essa vulnerabilidade precisa estar na ordem do dia, pois as políticas públicas de prevenção de catástrofes têm que chegar para todos e não apenas para quem tem dinheiro”, disse Sérgio.
O ambientalista afirma que para uma política de prevenção de catástrofes mais efetiva é necessário que haja uma aplicabilidade correta dos recursos. Para isso é necessário planejamento e a participação comunitária. “Os moradores têm que cobrar que o poder público atue de forma responsável e preventiva. Tragédias como as da Região Serrana e as que vemos agora no Norte e Noroeste do estado não podem se repetir”, reitera.
Carlos Alberto Muniz, coordenador do Centro de Controle Operacional da Diretoria de monitoramento Ambiental do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), afirma que o Estado deve atuar em quatro frentes: prevenção, preparação, resposta e reconstrução. “Quando ocorre a tragédia tudo fica desestruturado, então é importante que se tenha essa organização para dar aos atingidos a pronta resposta”, afirma.
Estiveram presentes no debate, Jocelino Porto representante do Núcleo Ecológico Pedras Preciosas (NEPP) e o articulador da participação de lideranças de favelas na Rio+20; e Tião Santos, coordenador da área de Meio Ambiente do Viva Rio, que gerenciou as operações de ajuda emergencial da instituição à Região Serrana em 2011.
Também participaram correspondentes comunitários de várias favelas do Rio de Janeiro que receberam uma formação para explorar o tema em suas respectivas Localidades. O debate aconteceu na sede do Viva Rio durante a Oficina de Formação de Correspondente Comunitário Multimídia, ministrada pelos projetos Viva Favela e TV Morrinho.