Uma das turmas do curso de prescrição de cannabis da APEPI
“O óleo foi um divisor de águas na concentração e agitação do Fred. Ele passou a ter um sono saudável, a conseguir frequentar as terapias com atenção e até a se envolver nas atividades escolares coletivas”, conta Marina Quintino, mãe do Fred, de 9 anos, que faz uso de canabidiol desde os três anos, quando foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Fred é um dos 672 mil que realizaram tratamento com cannabis medicinal em 2024, de acordo com estimativas do 3º Anuário da Cannabis Medicinal no Brasil, feitas pela consultoria Kaya Mind. Segundo a empresa, o número de pacientes que aderiram ao uso da planta como parte de suas terapias vem crescendo. Houve um salto de cerca de 55%, já que em 2023 eram 431 mil pacientes. Alzheimer, demência, Parkinson, autismo, dores crônicas e agudas, distúrbio do sono, fibromialgia e epilepsia são algumas das muitas doenças que podem ser tratadas com terapias canábicas.
“O Fred começou a utilizar o canabidiol para manejar crises e amenizar os sintomas físicos, como ansiedade, insônia, taquicardia e hiperventilação. Atualmente usa como medicamento auxiliar aos psiquiátricos. Soube dessa possibilidade através do meu tio, que trata consequências de Parkinson com CBD desde 2016. Não tinha o conhecimento da ação para o controle de crise de TEA e foi realmente uma luz no fim do túnel. Não vamos a lugar nenhum sem o nosso vidrinho!”, comenta Marina.
Viva Rio tem parceria com Apepi para curso de prescrição de cannabis
O Viva Rio sempre debateu sobre política de drogas, descriminalização e uso para fins medicinais. A instituição tem parceria com a APEPI (Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal), que atende mais de 10 mil associados em todo o Brasil. Parte importante dessa parceria é o curso de prescrição de cannabis para médicos, oferecido pela associação, por um valor promocional para profissionais do Viva Rio.
As inscrições para a 10ª edição do curso estão abertas até a próxima quarta-feira, 10 de setembro, com 50% de desconto para médicos do Viva Rio com o cupom VIVA50. Para se inscrever, clique aqui: https://apepi.org/10o-curso-de-prescricao-de-cannabis-medicinal/.
A capacitação inicia no dia 13 de setembro, com a visita inaugural à Fazenda da APEPI. As aulas são online, ao vivo e gravadas. Aborda teoria e prática, mecanismos de ação, tipos de canabinoides, protocolos de prescrição, casos reais e questões legais e éticas.
Tales Parrot, médico especialista em Psiquiatria nos CAPS Mané Garrincha e Franco Basaglia, foi um dos profissionais do Viva Rio que fez o curso e hoje já prescreve. “Na minha área há uma procura muito grande pela possibilidade do uso do canabidiol. Até fazer o curso só tinha a experiência de pacientes que já chegavam para mim no uso e eu via um resultado ótimo, com poucos efeitos colaterais, o que foi aguçando meu interesse. A medicina muitas vezes é tomada por um olhar moralista e isso pode limitar as formas de cuidado que oferecemos às pessoas”, comenta.
O médico conta que sempre se interessou pela cultura canábica e sobre as possibilidades de uso medicinal. “Faço parte de uma parcela da população que está investida em olhar para a cannabis para além de uma posição moralista, conservadora, como uma droga e afins, e sim enxergá-la como um produto muito potente do ponto de vista de possibilidades terapêuticas para um tanto de coisa”, finaliza.
Margarete Brito, uma das criadoras da APEPI, conta que o curso de prescrição de cannabis começou porque muitos médicos buscavam a associação em busca de informações confiáveis ou tinham insegurança em prescrever. Mais de 400 profissionais já foram formados.
“É super importante que os médicos se capacitem porque o paciente já chega no consultório perguntando e trazendo informações da internet. Então, se o profissional não souber orientá-lo pode perder a chance de indicar um tratamento que realmente ajude ou a pessoa pode procurar outro médico”, comenta.
Sobre a parceria, Margarete acredita que é possível graças ao alinhamento de propósito das duas instituições. “Tanto o Viva Rio quanto a APEPI acreditam em ampliar o acesso, levar informação e formar profissionais. A gente começou essa proximidade há anos com debates em eventos de roda de conversas, projeto de pesquisa em andamento e agora os cursos. O trabalho do Viva Rio tem muito a ver com inclusão social e saúde comunitária e o nosso é focado em garantir acesso e informação sobre a cannabis. Essas coisas se conectam de forma bem natural”, finaliza.
Para saber mais sobre a APEPI e seus produtos, acesse: https://apepi.org/.