Oficina de customização com o projeto Ecomoda também foi parte da programação final nessa terça-feira (4)
Desfile com modelos da Escola de DIVINES, vestindo roupas sustentáveis
Para celebrar a diversidade e debater direitos e igualdade para pessoas LBGTQIAPN+, o Viva Rio promoveu a Semana da Diversidade, de 26 de junho a 4 de julho, com diversas atividades culturais e educativas para os colaboradores da instituição e moradores das favelas do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho. Rodas de conversa, oficinas e cineclubes foram parte da programação. Aproximadamente 200 pessoas participaram das atividades que faziam parte da campanha “Eu quero viver: saúde, educação, emprego, cultura, respeito e vida”.
Na terça-feira (4), Para fechar a série de eventos, foi promovida uma oficina de customização, moda e sustentabilidade com o projeto Ecomoda; uma performance da drag queen Negriny Venture; e um desfile de peças sustentáveis com modelos da Escola de DIVINES, que faz parte do Ecomoda.
Na oficina, os participantes aprenderam a transformar uma calça jeans em uma bolsa. Almir França, estilista, professor e coordenador da escola Ecomoda, foi quem ministrou a aula e organizou o desfile com peças produzidas pelo projeto. “A oficina buscou incentivar a ressignificação do olhar sobre objetos e produtos, entendendo as múltiplas possibilidades da peça”, explica Almir.
O estilista lembra que o Ecomoda começou com o Viva Rio, como parte do projeto De Olho no Lixo, realizado em parceria com Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), na Rocinha e na Maré.
Marília Carolina Rocha, de 24 anos, foi convidada por um colaborador do Viva Rio a participar da oficina e conta como foi a experiência. “Já costurei com a minha avó, mas nunca tinha participado de uma oficina de customização. Foi muito interessante e educativo, entendemos pontos importantes sobre reaproveitamento de peças”, conta.
Almir França reforça a importância de trabalhar a temática LGBTQIAPN+ para além de datas específicas. “As datas são importantes, mas não podemos nos prender a elas, senão parece que é uma luta só de um dia. É bom aproveitar essas datas para discutir questões mais amplas: o sujeito, o ambiente, o que ele pensa, come e veste”, finaliza.
Renato Freitas, coordenador de Diversidade do Viva Rio, reforça a importância de trazer visibilidade para as pessoas LBGTQIAPN+. “Durante a nossa Semana da Diversidade, realizamos diversas atividades que trouxeram reflexão, cultura, lazer, arte e debate. Nosso objetivo foi dar destaque para pessoas LBGTQIAPN+ e suas múltiplas formas de expressão, além de trazer informações sobre o tema. O Viva Rio tem a inclusão como uma de suas missões e esses eventos são reflexo do trabalho que a instituição realiza em todo o ano”, conta.
Oficina de customização, moda e sustentabilidade com Almir França, do projeto Ecomoda
Confira todas as ações da Semana da Diversidade do Viva Rio
A Semana da Diversidade começou no Viva Rio em 26 de junho com uma palestra sobre acesso da população LGBTQIAPN+ à saúde, conduzida por Davi Depret, enfermeiro e gerente da Clínica da Família Maria Sebastiana de Oliveira, na Ilha do Governador.
A necessidade de se combater as barreiras de acesso à saúde, o perfil de demandas existentes e a especialização de profissionais para lidar com essa população, foram alguns dos temas abordados. “O acolhimento e a forma de abordagem são fundamentais para o retorno desse usuário, principalmente na atenção primária, que é porta de entrada na saúde pública. Acesso à saúde é um direito de todo cidadão”, reforça Davi.
No dia seguinte, 27 de junho, foi realizada uma oficina de fotografia que ensinou técnicas básicas como enquadramento, simetrias e padrões de linhas horizontais e verticais. O fotógrafo Sérgio Cezario, que começou seu trabalho no auge da pandemia de covid-19, quando abandonou a faculdade de Direito para seguir a carreira, também contou um pouco sobre sua história.
Dentro da programação da Semana, também foi realizado um cineclube com a exibição do filme “Dzi Croquettes”, um documentário sobre o grupo de homens gays que, no auge da ditadura militar, unia dança, teatro, música e humor. Após o filme, houve um debate sobre os temas abordados. Paula Mesquita, voluntária da ONG Rede Postinho de Saúde da Mulher, que atua no Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, foi uma das pessoas que assistiu ao filme. “Não conhecia essa história, gosto muito de música e teatro, então adorei saber mais sobre o grupo”, conta.
A Semana da Diversidade acabou, mas as ações do Viva Rio continuam. Até 28 de julho, a instituição vai arrecadar aparelhos de depilar, sabonetes, escovas de dentes, fio e cremes dentais para serem doados para pessoas acolhidas pela CasaNem.
Confira abaixo mais fotos das programações.