Favela do Cantagalo, na Zona Sul do Rio de Janeiro
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro possui 1,7 milhão de habitantes vivendo em 520.260 domicílios situados em favelas, como revelam os primeiros resultados do Censo 2010 sobre Aglomerados Subnormais divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este número representa 14,4% da população total da região metropolitana, mais que o dobro do percentual relativo a todo o país. A pesquisa revelou que 11,4 milhões de pessoas vivem em 6.329 aglomerados subnormais em todo o Brasil, o que representa 6% do total de brasileiros. A Região Sudeste concentra quase a metade (49,8%) dos 3,2 milhões de domicílios particulares ocupados situados em aglomerados subnormais – 23,2% em São Paulo e 19,1% no Rio de Janeiro.
São Paulo possui 2.087 aglomerados com 748.801 domicílios e 2,7 milhões de moradores, enquanto no Estado do Rio de Janeiro são 1.332 aglomerados, 617.466 domicílios e 2,02 milhões de habitantes. O IBGE utiliza o conceito de aglomerado subnormal para se referir a, basicamente, conjuntos de 51 casas carentes de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado até período recente terreno de propriedade alheia e estando dispostas, em geral, de forma desordenada e densa.
– O conceito tem que ser amplo para dar conta de todas as situações encontradas em diferentes pontos do Brasil com diferentes denominações e tipos de ocupação. As diversidades encontradas representam diferentes carências e a necessidade de distintas políticas de intervenção, de acordo com a característica de cada aglomerado – explicou Cláudio Stenner, coordenador da pesquisa.
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Texto: Daniella Guedes
Fotos: Walter Mesquita e Ígor Costa (Bola)