16/1/2018
Este ano o Viva Rio completa 25 anos de existência e para celebrar iniciamos uma série de retrospectivas. Em vez de obedecer à ordem cronológica, ao longo de 2018 vamos relembrar projetos, momentos e pessoas que marcaram nossa história e foram fundamentais para chegarmos até aqui.
Escolhemos iniciar nossa retrospectiva duas décadas atrás, em 1998, porque ele foi um ano fundamental para o amadurecimento e a ampliação do impacto do Viva Rio como um movimento de promoção de paz e luta por direitos.
Foi em 1998 que desenvolvemos pela primeira vez um trabalho baseado no conceito de esporte para a cidadania, garantindo atividade física para mais de cinco mil crianças moradoras de sete favelas do Rio de Janeiro. Aprendemos ali a apostar no esporte como meio de educação, desenvolvimento, integração e transformação social.
O programa acabou funcionando como uma semente que brotou e deu vida a vários outros projetos, culminando na Academia de Futebol Pérolas Negras, nosso ambicioso sonho de formar um time mundial de refugiados.
Outro projeto pioneiro nascido em 1998 foi o “Serviço Civil Voluntário”. O programa oferecia educação, cidadania e trabalho voluntário para jovens cidadãos do Rio e promoveu dentre tantas ações, doações de sangue coletivas ao Hemocentro. Foi a primeira das nossas ações envolvendo doação de sangue, hoje um dos pilares do Voluntariado do Viva Rio. Só no ano passado o projeto Salvando Vidas: Gota a Gota beneficiou mais de dez mil pessoas.
Em 17 de dezembro de 1993 demos início ao Luta pela Paz, que buscava romper barreiras sociais, ajudar a superar a violência e promover o potencial dos jovens por meio do boxe, programas de educação e serviços de apoio juvenil. Cinco anos depois passamos a integrar o “Paz para a Cidade” junto ao Conselho Mundial de Igrejas, uma rede de ações pela redução da violência urbana. Fundamos também a IANSA, rede internacional sobre armas pequenas e leves, com o objetivo de controlar e reduzir o comércio de armas no mundo todo.
O ano de 1998 também marcou o início do esforço do Viva Rio para fazer da tecnologia uma arma para superação da desigualdade. Com muito orgulho, inauguramos os primeiros espaços de inclusão digital para jovens moradores de comunidades, oferecendo serviços de impressão e cursos de capacitação. A experiência foi fundamental para, mais tarde, criarmos a primeira rede wifi do Brasil, na favela da Rocinha, e o Viva Favela, primeiro portal da internet dedicado a temas de interesse de comunidades de baixa renda.Todo esse trabalho também foi precursor do Favela Hub, que hoje dá apoio e capacitação para jovens da favela do Cantagalo/Pavão-Pavãozinho.
Perceber o quanto nosso trabalho atual é influenciado pelo que fazíamos vinte anos atrás nos dá a certeza de estarmos no caminho certo e nos faz trabalhar com mais dedicação para alcançarmos ainda mais nas próximas décadas.