O projeto Saúde Veste Kimono, desenvolvido pelo Viva Rio, foi destaque na 29ª edição de Revista Brasileira Saúde da Família, do Ministério da Saúde. Trata-se de uma escolinha de jiu-jítsu que funciona dentro da Unidade Básica de Saúde (UBS) Portos, Quitanda e Tom Jobim, na Favela da Quitanda, Zona Norte do Rio.
A favela Quitanda está localizada no bairro Costa Barros, que tem o penúltimo lugar (125º) no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio de Janeiro. O bairro é considerado o segundo bairro mais pobre e um dos mais violentos do município.
A escolinha de jiu-jítsu começou em 2008 no quintal da casa de um dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e modificou a vida de várias crianças e famílias. Além de ensinar às crianças o valor da solidariedade, do respeito e da cidadania, o Jiu-Jítsu, associado a outros serviços, aproximou a comunidade da unidade de saúde.
“Antes era comum a polícia se posicionar nos portões da unidade para trocar tiros com os traficantes. Fizemos reuniões e articulamos com a comunidade para que não acontecesse mais. Isso permitiu que se iniciasse um trabalho de revalorização do espaço de saúde. Retomamos as aulas de percussão, tricô e crochê, coral, clubinho das crianças, reforço escolar e o trabalho de apoio jurídico. Como consequência, a atenção básica foi qualificada”, explica Thais Severino da Silva, coordenadora da Área Programática 3.3 do Viva Rio Saúde, Organização Social que gerencia 60 clínicas da família no município.
Hoje, 260 meninos e meninas entre cinco e 18 anos estão no projeto. A equipe já participou de vários campeonatos e obteve medalhas de ouro em todos eles.