20/10/2016
A prevenção é a alma do negócio para evitar o câncer de mama. Essa foi a síntese das palestras feitas pelo diretor da Associação Brasileira de Apoio aos Pacientes de Câncer (Abrapac), Joaquim Paz, e de Yoshifico Kunisawa, que atua na medicina interna do Viva Rio, na manhã desta quinta-feira (20), na sede da instituição. O evento, parte do calendário do Outubro Rosa organizado pelo Voluntariado do Viva Rio, incluiu uma campanha pela doação de lenços – para aquelas que ficaram carecas com os tratamentos – e de cabelo. Segundo Renata Oliveira, da Comunicação Interna do Viva Rio, nas próximas semanas um cabeleireiro estará na instituição para aparar as madeixas daquelas que se dispuserem a doar.
Paz causou surpresa aos colaboradores que lotaram o salão Pablo e Ana ao revelar que ele também foi vítima do câncer de mama, maior causa oncológica de morte entre as mulheres, com 57.960 casos registrados por ano pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) (entre os homens, os óbitos são liderados pelo câncer de próstata, com 61.200 casos). Entre eles, a letalidade do câncer de mama é mais alta pela falta de prevenção. Ainda segundo o Inca, 8,2 milhões de pessoas morrem de câncer por ano no mundo.
A sorte de Paz foi ser casado com uma enfermeira, que o convenceu a procurar um mastologista depois que ela identificou uma retração no mamilo de sua mama esquerda. A biópsia mostrou o tumor maligno, tratado com oito seções de quimioterapia que o deixaram sem cabelo, cílios e sobrancelhas.
“Tive todos os sintomas, enjôo, vômitos, alterações no paladar, cansaço, desânimo, prisão de ventre e a chamada fadiga oncológica, a qual as pessoas acham que o paciente está se entregando, mas não é isso. O tratamento traz uma prostração tão forte que dá margem a esse tipo de julgamento”, observou.
A superação da doença e o conhecimento de causa o levaram ao trabalho voluntário na Abrapac, criada em 1990 nos Estados Unidos para compartilhar informações, dar suporte social e colaborar na redução da mortalidade. “O câncer é causado pelo crescimento e multiplicação de células anormais que podem formar o tumor maligno”, ensinou.
Sinais de alerta
Segundo ele, entre os sinais de alerta estão o endurecimento do tecido mamário, erosões na pele, fluidos desconhecidos, protuberâncias ou afundamentos e assimetrias. “Há tumores mais ou menos agressivos e essa intensidade é esclarecida pelos exames. A prevenção é tudo, através do auto-exame, do exame clínico, da mamografia e ultrassonografia”, salientou.
O diretor da Abrapac frisou que a atenção, a paciência e o cuidado familiares podem evitar que o desânimo causado pela doença e pelo tratamento vire uma depressão. Segundo ele, a atividade física e alimentação balanceada são fatores que ajudam a prevenir a doença, e apontou o consumo de açúcar e de embutidos como vilões.
Já o médico Yoshifico Kunisawa falou sobre os tipos de tumores que atingem as mamas e concluiu: “A prevenção é o que mais importa”.
(Texto: Celina Côrtes| Fotos: Vitor Madeira)