Uma guerra que foi trocada por outra. Assim o chefe do Gabinete do Comando-Geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Coronel Ibis Silva Pereira, definiu a atuação atribuída à polícia no Brasil após a ditadura militar. Em encontro realizado pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em parceria com a de Segurança Pública, no dia 19 de maio, os policiais questionaram suas condições de trabalho e atuação e pediram a regulação do Termo de Ajustamento de Conduta das polícias.
Durante a discussão, coronel Ibis ressaltou que a PM precisa passar por um processo de modernização e humanização. “No momento em que o Brasil reencontrava a democracia no fim da ditadura militar, 1979, fomos empurrados para a maldita guerra às drogas. Essa guerra não vai ser vencida com fuzil”, afirmou.
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Segundo coronel Ibis, o programa de pacificação está sendo revisado: “Um terço dos policiais de UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) moram no interior do Rio de Janeiro, mas não dá para mandá-los para próximo de suas casas porque esvaziaria as UPPs. Estamos revendo o programa de pacificação inclusive no que diz respeito ao uso da força para restabelecer o contato com a comunidade”.
O deputado Marcelo Freixo encaminhou uma proposta de sistematização das demandas apresentadas nesta audiência pública para uma futura reunião, que deve ocorrer na próxima quinzena, entre as Comissões de Segurança Pública e de Defesa dos Direitos Humanos da Alerj, o Comando da Polícia Militar, o alto comando da Polícia Civil, os sindicatos da categoria e a Secretaria de Estado de Segurança.
Confira no vídeo a fala do coronel Ibis Silva Pereira na Alerj.