Perles Noires balançam a rede na Copa da Amizade

A equipe sub-15 dos Perles Noires (Pérolas Negras em português), projeto executado pelo Viva Rio no Haiti, venceu o primeiro jogo da XVIII Copa da Amizade Brasil-Japão por 2 a 1, nesta quinta-feira (20), contra o Atlético Mineiro. Esta é a primeira vez que a equipe haitiana participa do evento, uma confraternização esportiva entre as nações com uma troca de experiências e culturas, que será realizada até o dia 25 de agosto no Centro de Futebol Zico (CFZ).

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Close do gol de pênalti dos Perles Noires na segunda etapa do jogo | Foto: Vitor Madeira

O nervosismo inicial da estreia na competição foi superado quando o camisa 11 haitiano, Mac Garrey Jones, carimbou a rede atleticana sem chance de defesa. O segundo gol, que consagrou a primeira vitória da equipe em um torneio internacional, foi marcado pelo camisa 9, Modestin Esteeve, após sofrer um pênalti.

Para o atacante Mac Garrey, a vitória legitimou o trabalho técnico e tático que é realizado no Haiti. “Estou emocionado com essa conquista e por ajudar a minha equipe a conquistar a vitória. Eu fiz o que meu treinador mandou que foi atacar a bola em direção do gol sempre que possível”.

Até o apito final, o diretor executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes, não quis arriscar um palpite do placar. “Eu sabia que seria difícil porque o Atlético Mineiro tem uma equipe muito boa e não tinha certeza sobre a reação dos atletas haitianos durante a primeira competição internacional que participam, mas o jogo mostrou que somos capazes de ir muito longe”, celebrou Rubem.

Rubem César estava cauteloso no início da partida, mas celebrou ao final do tempo regular | Foto: Vitor Madeira

Rubem César Fernandes estava cauteloso no início da partida, mas celebrou ao final do tempo regular | Foto: Vitor Madeira

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A expectativa inicial da comissão técnica haitiana, que era deixar entre as equipes, os dirigentes e os organizadores do campeonato uma boa impressão do trabalho realizado, se mostrou tangível. Para o coordenador técnico da Copa da Amizade Fernando Vannucci, “os jogadores dos Perles Noires têm muita garra para participar da competição, principalmente porque o Atlético é uma das equipes mais fortes do torneio”.

Atualmente, 27 meninos treinam na sub-15 da equipe haitiana. O projeto compartilha da mesma essência que criou a Copa da Amizade Brasil-Japão de Futebol, em 1998, ao incentivar a participação dos jogadores em competições internacionais. Para o técnico do time, Rafael Novaes, a participação em torneios que promovem o intercâmbio cultural marca positivamente a vida dos jogadores que foram representar o Haiti no exterior.

Rafael Novaes encara a participação nesta competição como uma oportunidade | Foto: Vitor Madeira

O técnico do time, Rafael Novaes, encara a participação nesta competição como uma oportunidade | Foto: Vitor Madeira

“Eles se tornam mais patriotas, além de promoverem o desenvolvimento técnico/físico e psicológico em situações de competição, colocando em prática tudo aquilo que ensinamos no cotidiano de trabalho da academia”, apontou Rafael Novaes. O técnico informou que, por conta dessa participação constante em torneios internacionais, “foi identificado um crescimento nos meninos que já passaram por essa experiência anteriormente, pois se tornaram mais autoconfiantes e passaram a valorizar ainda mais outros aspectos fora de campo”.

As disputas

A Copa da Amizade será disputada em quatro fases: a primeira, de 20 a 22 de agosto, é classificatória,  seguida de quartas de final (dia 23), semifinal (24) e final (25). Nesta sexta-feira, os Perles Noires jogam contra o Flamengo e, no sábado, enfrentam o Portuguesa.

Atletas Perles Noires celebram a vitória sobre o Atlético Mineiro | Foto: Vitor Madeira

Atletas Perles Noires celebram a vitória por 2 a 1 sobre o Atlético Mineiro | Foto: Vitor Madeira

Ao todo, 20 equipes participam do torneio. Além da equipe haitiana, competem: Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense, Corinthians, Santos, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Osasco F.C., Avaí F.C., CFZ de Brasília, Bangu, Audax, Portuguesa, Boa Vista, Kashima Antlers (Japão), Antlers Norte (Japão), Antlers Tsukuba (Japão), J League (Japão).

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Idealizador do torneio em 1998,  Zico lembra que a competição serve de base para a seleção brasileira por contar com a presença de clubes de grande expressão nacional e internacional. “Essa é uma grande oportunidade para os meninos. Alguns jogadores que passaram por aqui foram para a seleção brasileira, como o Jô, atacante do Al-Shabab.  Isso inspira a participação de outras equipes”, diz ele, lamentando não ter verba para trazer mais do que quatro equipes.

 

Para Zico, o torneio serve de base para a seleção brasileira por contar com a presença de grandes  | Foto: Vitor Madeira

Para Zico, o torneio serve de base para a seleção brasileira por contar com a presença de grandes | Foto: Vitor Madeira

A Copa é disputada anualmente e foi criada originalmente para promover a integração entre os jogadores brasileiros e nipônicos. O nome do torneio foi sugerido pelo vice-presidente do CFZ, Antônio Simões da Costa, que participou do processo de concepção da Copa junto com Zico e o subdiretor de marketing do clube japonês Kashima Antlers, Takashima. Na ocasião, o Kashima Antlers possuía um contrato com o Centro de Futebol Zico que previa uma estadia de dez dias no Rio para treinar no clube.

(Texto: Flávia Ferreira | Foto: Vitor Madeira)

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