26/10/2021
Moradores de Acari, na zona Norte do Rio, se reuniram no último sábado (22) e plantaram cerca de 400 mudas na horta comunitária do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, gerido pelo Viva Rio desde dezembro de 2015. O evento foi realizado pela equipe do Colegiado Gestor , em parceria com o Voluntariado do Viva Rio e reuniu dezenas de pessoas na unidade.
O dia começou em clima de grande confraternização à mesa do café da manhã. Em seguida, os participantes receberam orientações de como limpar e preparar o solo corretamente para receber as mudas de árvores frutíferas, hortaliças e algumas ervas. “A ideia é criar um grupo semanal que amplie o conhecimento dos usuários no cuidado com a horta e com o meio-ambiente. A iniciativa contribui para o desenvolvimento da região e para a integração entre os participantes e o local onde moram”, explica o assessor de projetos, Daniel Andavert.
As irmãs Kelly, 14, Karine, 14, Karoline, 16, e Karen, 16, aprenderam quais são as etapas fundamentais para montar uma horta, os cuidados necessários para o cultivo e os benefícios obtidos através de uma alimentação rica em vegetais. “Foi a primeira vez que plantei uma muda. Se eu soubesse que era tão bom, já teria feito isso outras vezes. Mexer com a terra e cuidar das plantas me trouxe muita alegria”, contou Karen, que ainda recebeu uma homenagem. O agraciamento foi proposto por Jocelino Porto, ambientalista e articulador do Viva Rio, que batizou o pé de pitanga, plantado por Karen, com o nome da jovem.
A horta foi uma das primeiras propostas formadas no grupo de Colegiado Gestor. Os encontros entre gestores, profissionais, usuários da rede de saúde e líderes comunitários buscam discutir soluções em conjunto que beneficiem a troca de experiências e interação entre a unidade de saúde e a população em seu entorno. As reuniões dos colegiados também originaram uma comissão que busca promover uma educação ambiental ampliada, onde a população é motivada a cuidar das mudas plantadas e acompanhá-las para que cresçam até que estejam prontas para o consumo. “Para o colegiado, é muito importante que as propostas que nascem nas reuniões aconteçam de verdade. Isso motiva os usuários e profissionais a multiplicarem os projetos que valorizam a população”, explicou Daiana Albino, coordenadora de Redes do Viva Rio.
O próximo passo é construir uma horta adaptada com um espaço sensorial para as Pessoas com Deficiência (PCDs), que ajude no processo de aprendizado e que melhore a qualidade de vida de cada participante. No espaço, os cadeirantes, por exemplo, vão poder plantar e cuidar das mudas. A assessora de educação permanente da Rede, Cristina Veneu, garante que a proposta quebra os muros invisíveis que a própria sociedade estabelece. “Nosso espaço é democrático: ao mesmo tempo que atuamos, aprendemos com os participantes. Unimos pessoas de diferentes idades, com diferentes realidades e cada um tem o seu saber. Ao trazê-lo para este ambiente, conseguimos quebrar paradigmas e preconceitos que muitas vezes são criados”, avaliou.
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(Texto: Vívian Guimarães | Fotos: Lucas Almeida)