Mais de 50 líderes comunitários e agentes da saúde se reuniram neste sábado, no Aterro do Flamengo, para uma conversa sobre favela e meio ambiente, em que debateram soluções para as questões do lixo, da água e da saúde nas comunidades. Durante o encontro, foram fechadas proposições de melhorias que serão apresentadas para a Cúpula dos Povos.
Os participantes foram recebidos com café da manhã patrocinado pela Nutry, Fruthos e Água Schin e depois expuseram o trabalho social que realizam, as melhorias que precisam e as propostas que trouxeram de suas comunidades para a Cúpula dos Povos.
No local também houve a exposição de trabalhos reciclados da comunidade do Alemão feitos pelo Grupo Roda que Pinta. O projeto orienta pacientes jovens e idosos a realizar o trabalho de reciclagem como terapia. Hoje, os objetos feitos por eles contribuem para o aumento da renda familiar.
Para a representante do projeto e auxiliar de saúde bucal da Unidade de Saúde da Família Rodrigo Roig, Vânia Maria, o projeto é uma chance de inserir o indivíduo em outros grupos e dar continuidade ao trabalho. Ela dá o exemplo de pacientes que começaram no grupo e que hoje estão expondo na tenda Economia Solidária da Rio+20.
Os assuntos tratados no debate foram desde a dificuldade de recolhimento do lixo nas comunidades e sua separação em lixo seco e orgânico, até o que deve ser feio para que as pessoas realizem práticas ambientais mais conscientes dentro das suas comunidades. Foi discutido também o planejamento urbano da Rocinha, a inserção de pessoas de classe média no programa Saúde Família, a poluição da Bahia de Guanabra e dos rios, entre outros.
Samanta Pereira França, coordenadora de saúde uma das área programática do Viva Rio, disse que desde 1992, a Saúde da Família vem crescendo, juntamente com todos os outros projetos sociais que tratam dos problemas comunitários e trazem soluções ao mesmo tempo. Para ela, “o importante é dar continuidade procurando dar voz aos projetos existentes buscando visibilidade em conjunto com outros movimentos que já atuam”.
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Para Tião Santos o mais importante desta reunião foi a possibilidade de trocar experiências com outras realidades
De acordo com Tião Santos, coordenador de projetos de meio ambiente do Viva Rio, a conferência de meio ambiente e sustentabilidade no Rio de Janeiro é um momento especial, pois as reivindicações das comunidades podem ser atendidas. “Há a possibilidade de reivindicar uma lei que obrigue as empresas a se responsabilizarem pela disposição de suas embalagens. É também fundamental que o lixo seja recolhido diariamente nas comunidades. Todo lixo pode ser reciclado”, afirma.
Durante o encontro, os presentes expuseram as seguintes propostas:
– necessidade de educação voltada ao meio ambiente, com realização de oficinas educativas sobre reciclagem;
– retorno do projeto Gari Voluntário;
– projetos de acessibilidade na casa dos deficientes para que eles possam se locomover melhor e ter mais autonomia;
– obras de canalização e grades de proteção nas valas dentro das comunidades;
– fechamento urgente dos esgotos, hoje a céu aberto;
– promoção de mais encontros com as comunidades para acompanhar e avaliar as melhorias.
Fotos: Fernando Mascote e Ígor Bola
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