Indonésia executa brasileiro condenado por tráfico

O governo da Indonésia executou oito pessoas na tarde da última terça-feira (28), condenadas à morte por tráfico de drogas, apesar dos apelos e pressões internacionais. Entre elas o brasileiro Rodrigo Gularte, 42, preso em julho de 2004 quando tentou entrar no país com seis quilos de cocaína dentro de pranchas de surf. A condenação de Rodrigo por fuzilamento foi anunciada em 2005.

Presidente da Indonésia negou o pedido de suspensão da execução do brasileiro Rodrigo Gularte

Presidente da Indonésia negou o pedido de suspensão da execução do brasileiro Rodrigo Gularte

Apesar dos apelos e pressões internacionais, o governo da Indonésia executou oito pessoas na tarde da última terça-feira (28), condenadas à morte por tráfico de drogas. Entre elas o brasileiro Rodrigo Gularte, 42, preso em julho de 2004 quando tentou entrar no país com seis quilos de cocaína dentro de pranchas de surf. A condenação de Rodrigo por fuzilamento foi anunciada em 2005.

Além do brasileiro, foram executados um indonésio, dois australianos e quatro nigerianos. Panorama divulgado pela BBC Brasil apontou que a Indonésia está entre os dez países que mais executaram prisioneiros envolvidos em delitos relacionados às drogas.

Acesse o panorama divulgado pela BBC Brasil

Organizações ligadas à defesa dos direitos humanos e ao combate à guerra às drogas, como a norte-americana Human Rights Watch, têm manifestado preocupação com o aumento no número dessas execuções. As instituições pedem uma abordagem mais humana da questão, pelo viés da saúde e dos direitos humanos.

Uma última tentativa de suspensão da pena foi feita pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) no último sábado (25). O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, telefonou ao presidente indonésio, Joko Widodo, pedindo pelo não fuzilamento dos presos.

Segundo a ONU, a decisão de aplicar a pena de morte deve ser imposta apenas para os casos mais graves, como aqueles relacionados ao assassinato intencional e, mesmo assim, respeitando as devidas garantias. Ban Ki-moon ressaltou que, geralmente, as ofensas relacionadas às drogas não se inserem na categoria de “crimes mais sérios”, lembrando que as Nações Unidas se opõem à pena de morte em todas as circunstâncias.

Gularte foi o segundo brasileiro a ser executado na Indonésia este ano. Em janeiro, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira foi fuzilado após ser condenado pelo mesmo crime.

Em nota, o Itamaraty reitera a tese de ineficácia da pena de morte no combate ao tráfico de drogas. “A execução de um segundo cidadão brasileiro na Indonésia, após o fuzilamento de Marco Archer Cardoso Moreira, em 18 de janeiro deste ano, constitui fato grave no âmbito das relações entre os dois países e fortalece a disposição brasileira de levar adiante,nos organismos internacionais de direitos humanos, os esforços pela abolição da pena capital. O governo brasileiro transmite sua solidariedade e seu mais profundo pesar à família de Rodrigo Muxfeldt Gularte”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República do Brasil.

Veja a nota emitida pelo Itamaraty sobre a execução dos brasileiros na Indonésia

 

(Foto: Reprodução)

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