Hospital Albert Schweitzer ocupa o 5º lugar no ranking estadual de doação de órgãos

Em 2023, já foram realizadas 38 captações de nove doadores. No ano passado, a unidade ocupava a 14ª colocação 

A unidade realiza captações de órgãos desde 2015 

 

O Hospital Municipal Albert Schweitzer, sob gestão do Viva Rio, ocupa a 5ª colocação no ranking estadual de doação de órgãos, de acordo com dados da Central Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro referentes ao primeiro semestre de 2023. No final do ano passado, a unidade estava em 14º no levantamento. O hospital também está em primeiro lugar no ranking municipal. 

Este ano, foram nove doações, que resultaram em 38 captações, entre órgãos (rins, fígados e corações) e tecidos (córnea e musculoesquelético). Também foram registrados 28 protocolos de morte encefálica. No ano passado, foram oito doações e 17 notificações de morte encefálica. 

Mirian Silva, coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Albert Schweitzer comenta que a posição da unidade no ranking é fruto de um esforço coletivo. 

“Os setores da unidade estão sendo treinados, médicos, equipe de enfermagem, fisioterapeutas… Focamos em treinamentos para detecção de pacientes sugestivos de morte encefálica. A comunicação entre a equipe assistencial e a CIHDOTT melhorou muito, o que contribuiu para esse aumento. Todos os profissionais estão envolvidos e engajados”, comenta. 

O Hospital Municipal Albert Schweitzer tem uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) desde 2015. Essa comissão é responsável por verificar todos os casos de morte encefálica ocorridos na unidade e orientar as famílias quanto à doação. 

Órgãos sendo transportados para unidade que vai realizar o transplante

 

O processo se inicia quando a equipe médica suspeita de morte encefálica, que se caracteriza pela perda irreversível das funções cerebrais. São realizados alguns exames e avaliações clínicas para atestar a morte e verificar a possibilidade de doação. 

Thyedro Cruz, coordenador de Terapia Intensiva da unidade, explica como é esse processo: “Após a suspeita de morte encefálica é feita uma avaliação médica em conjunto com a CIHDOTT, que notifica a Central Estadual de Transplante para a abertura de protocolo de morte encefálica com a realização dos quatros exames obrigatórios. Comprovado o óbito, realizamos a entrevista familiar e conversamos sobre a doação”. 

A Central Estadual de Transplante do Rio de Janeiro é responsável por todo processo da doação: verifica se há receptor compatível com o órgão disponível e envia a equipe captadora para a realização da cirurgia na unidade e conduz o órgão para o hospital onde será realizado o transplante.  

O irmão de Lídia Pereira da Silva Sant’Anna faleceu no Hospital Albert Schweitzer neste ano e foi um doador de órgãos. Fábio Pereira, de 34 anos, morreu após um acidente de carro próximo a sua casa. “Foi meu pai quem tomou a decisão de doar, com o pensamento de que  irmão continuaria vivo em outras pessoas”, conta. 

Lídia Pereira comenta que de início foi resistente, mas que a orientação dos profissionais do hospital a fizeram mudar de opinião. “Hoje entendo a grandeza do gesto, mas ao receber a notícia a minha primeira resposta foi ‘não’. A morte dele foi traumática, não esperávamos acontecer. Mas a forma de abordagem e o carinho dos profissionais nos deram conforto nesse momento difícil. Fomos orientados sobre todo processo, a clareza que nos passaram na investigação da morte encefálica mudou a minha opinião”, relata. 

 

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