Regado a pizza, sanduíches, bolo de cenoura e sucos, o segundo encontro da oficina Gíria não é dialeto, realizado nesta quarta-feira (19), no Viva Rio, reuniu cerca de 30 adolescentes das Casas Vivas, no projeto que culmina com a montagem de uma rádio a ser operada pelos próprios jovens. No primeiro encontro eles fizeram a letra do rap, neste segundo, definiram as vozes que vão gravá-lo e finalizaram o refrão da música.
A garotada foi comandada pelo Preto Zezé, presidente nacional da Central Única de Favelas do Rio de Janeiro (CUFA), e por Marcão, 21 anos, MC da Baixada Fluminense, cujo grupo, Comboio, de Morro Agudo, em Nova Iguaçu, venceu a Copa do Mundo de Hip Hop 2015 e foi premiado com uma viagem a Miami, em maio.
Preto Zezé comandou o encontro que vai culminar na rádio operada pelos jovens das Casas Vivas|Foto: Paulo Barros
Os adolescentes J, 17 anos, da Casa Viva de Del Castilho; K, 14 anos, de Bangu, serão acompanhados das jovens A, 17 anos, e H, 13 anos – com sua voz que promete -, ambas da Penha, na interpretação do rap. “Vamos mesclar funk e rap, as batidas que nasceram nas comunidades. Não é para separar, os dois têm de andar juntos”, propôs Marcão, que ampliou os ritmos ao vivo para que a galera pudesse eleger seu preferido.
Marcão propôs uma fusão do rap e do funk, ritmos criados nas comunidades|Foto: Paulo Barros
“Projeto Casa Viva/ é oportunidade/ adolescentes em busca/ de vitória de verdade/ (…) Aqui o trem é louco e/ só tem sangue bom/ tá suave no respeito/ na paz e na união”, diz um trecho da letra criada no primeiro encontro, realizado em julho. “Hoje eles vão preparar uma play list e a próxima etapa será montar uma rádio para eles operarem nas Casas Vivas”, concluiu Preto Zezé.
(Texto: Celina Côrtes|Fotos: Paulo Barros)