Nesta quarta-feira, dia 23 de julho, completou 21 anos de um triste episódio na história da cidade. A Chacina de seis adolescentes e dois adultos, moradores de rua, nas imediações da Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro.
Na ocasião, quatro foram mortos a tiros, na escadaria da igreja; um foi assassinado ao tentar fugir; outro morreu dias depois em decorrência dos ferimentos; e dois foram levados de carro pelos criminosos até o Aterro do Flamengo, onde foram executados.
Os três condenados pela chacina da Candelária cumpriram penas de prisão, mas já estão em liberdade. Todos eram policiais militares à época dos assassinatos. Outros seis suspeitos foram absolvidos, apesar de indícios preocupantes de seu envolvimento na chacina. Um deles, policial militar, foi morto em 1994 em uma troca de tiros com policiais civis da unidade anti-sequestro.
A chacina, que foi seguida pelo massacre em Vigário Geral, virou pesadelo e revolta par a população carioca, fez surgir organizações sociais como o Viva Rio e gerou o livro Cidade Partida, do jornalista Zuenir Ventura. O escritor explica que quando chegou a comunidade para o seu primeiro contato com a região, pensou que iria encontrar uma população cheia de ódio e querendo vingança. “Na verdade eles queriam apenas justiça”.
Ventura se comprometeu, ainda naquela época, escrever um novo livro quando o caso completasse 20 anos. Ele iria intitulá-lo “cidade unida”. O livro nunca saiu do papel e o escritor ainda acredita ser cedo para começar a pensar em algo no tipo. “Apesar dos avanços, ainda é cedo para falar que a cidade mudou e que os conflitos acabaram”.
( Fonte: Anistia Internacional )