Em 2020, 181 mil mulheres doaram 226 mil litros de leite humano para 211 mil recém-nascidos prematuros internados em UTIs neonatais
Nicole Fonseca, mãe doadora, retira leite para doar ao Banco de Leite Humano – Foto: Imprensa IFF/Fiocruz
O Centro de Referência da Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) comemora o Dia Mundial da Doação de Leite Humano (19/05) com um fórum online, realizado do dia 17 ao dia 19 de maio.
O Fórum de Cooperação Técnica Internacional intitulado “Doação de Leite Humano – Lições aprendidas durante a pandemia de Covid-19. O que podemos fazer a mais? ”, assim como o de 2020, tem o enfrentamento da pandemia do coronavírus como marca das atividades da comemoração. O evento aborda os desafios, sentimentos e inovações de cada Rede de Bancos de Leite Humano para manter seus estoques ou até aumentá-los nesses tempos de pandemia.
O Fórum é em tempo real pelo canal de Youtube da Rede e também conta com tradução simultânea remota em três idiomas (português, espanhol e inglês).
O Dia Mundial da Doação de Leite Humano e a Semana Nacional de Doação de Leite Humano têm o objetivo de incentivar a doação de leite materno e explicar os benefícios para os bebês prematuros e hospitalizados. Além disso, reconhece e gratifica as mães doadoras que são solidárias a essa causa.
Doação na pandemia
Quando a pandemia de covid-19 começou, surgiram dúvidas quanto à doação de leite e à amamentação. Mas nas primeiras semanas da pandemia foram divulgadas duas notas que atestaram a segurança de ambas.
De acordo com coordenadora do Banco de Leite Humano (BLH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Danielle Aparecida da Silva, as mães que estejam com o vírus podem amamentar e doar desde que usem máscara e sigam corretamente os protocolos de higiene.
Também é importante ressaltar que as unidades do BLH são centros que atuam de forma segura que utilizam processos de biossegurança capazes de proteger os seus profissionais, as doadoras e os receptores.
Apesar de terem conseguido manter as doações, Danielle conta que sempre há um déficit em relação aos bebês que precisam e a quantidade de leite disponível, pois, segundo ela, a quantidade de UTIs neonatais é maior do que a de bancos de leite.
Em 2020, 181 mil mulheres doaram 226 mil litros de leite humano que foram direcionados a 211 mil recém-nascidos prematuros internados em UTIs neonatais. Existem atualmente no Brasil 222 Bancos de Leite Humano e 220 Postos de Coleta de Leite Humano.
Como doar e os benefícios da doação
A doação pode ser feita em casa. Para se tornar doadora, basta ligar para um banco de leite mais próximo e receber as orientações e materiais necessários. No momento da doação, a mãe deve utilizar máscara, prender os cabelos, higienizar as mãos e o antebraço até os cotovelos, realizar massagem nos seios e coletar o leite direto no frasco de vidro com tampa de plástico fornecido pelo BLH. Depois, deve identificar o frasco com nome, data e horário da primeira coleta e guardá-lo no congelador até o dia da visita da equipe do BLH.
A coleta é feita uma vez por semana e não existe quantidade mínima para doação, portanto, toda quantidade é válida. Além disso, mães de bebês de todas as idades estão liberadas a doar.
Danielle, coordenadora do BLH do IFF, salienta a importância da doação de leite materno para os bebês, que para ela, é um gesto de amor. “Iniciar a vida tendo um alimento que é mais que um alimento, que é um remédio, é muito importante. Uma mãe que doa ajuda a salvar vidas e apoia outra mãe. Esse bebê que recebe o leite pode ter alta antes. Então a doadora pode ajudar a uma família. É, realmente, uma campanha de solidariedade muito necessária”, finaliza ela.
De acordo com a OMS, a amamentação reduz a mortalidade infantil e traz melhorias à saúde que se estendem até a idade adulta. O aleitamento materno exclusivo é recomendado nos primeiros seis meses de vida, depois desse período seu reforço é feito com alimentos complementares pelo menos até dois anos ou mais, se possível, de acordo com as condições da mãe e filho.
Para mais informações sobre doação de leite humano e localização dos BLH no Brasil, acesse o site: https://rblh.fiocruz.br/.
Créditos: Imprensa IFF/Fiocruz