Centro cirúrgico do Hospital Oceânico: um ano de combate ao câncer

Há um ano, dona Maria das Graças, 73 anos, foi a primeira paciente oncológica operada no Hospital Oceânico

 

08/03/2023

“Com o apoio da equipe do hospital as coisas foram muito mais fáceis”, conta Maria das Graças Souza da Conceição, de 73 anos, a primeira paciente oncológica operada no Hospital Municipal Oceânico Dr. Gilson Cantarino, em 8 do ano passado, justamente na data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Ao longo de 2022, 223 pacientes foram operados, principalmente mulheres com câncer de mama e colo do útero. 

O primeiro exame que apontava a suspeita de câncer de mama em Maria das Graças foi em dezembro de 2021. O fato de duas de suas irmãs já terem sido diagnosticadas com a doença fez com que ela estivesse sempre alerta e realizando acompanhamento periódico.

“Quando entrei no hospital, fiquei maravilhada. Eu só descobri que fui a primeira a ser operada depois que saí. Me sinto orgulhosa, principalmente por saber que outras pessoas vão estar em boas mãos, assim como eu. Adorei tudo no hospital, principalmente a equipe que cuidou de mim. Mas o que eu mais gostei foi do enfermeiro lindo que me atendeu e foi super atencioso comigo, me dando suporte o tempo todo no pós-operatório”, lembrou Maria em meio a uma risada.  

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou ano passado que, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Para o ano de 2023, foram estimados 73.610 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 41,89 casos por 100.000 mulheres. São previstos, ainda, 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. 

A diretora geral do Hospital Oceânico, Gisela Motta, disse que a unidade caminha para se tornar referência no combate ao câncer que atinge principalmente as mulheres [colo do útero e mama]. 

“O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo. Além das mais de 220 cirurgias que já foram realizadas até fevereiro, quase 160 pessoas já passaram (ou passam) por tratamento, seja radioterapia ou quimioterapia. Desde a pandemia, a equipe trabalha de forma humanizada entendendo que cada paciente não é uma estatística e sim uma pessoa com família e história. Por isso, nós do Oceânico estamos trabalhando duro para levar um tratamento de qualidade a cada vez mais pessoas, mas principalmente humanizado para pacientes que estão passando por esse momento difícil que é o câncer”, afirmou Gisela Motta.

Dona Maria, após um ano, uma cirurgia, radioterapia e acompanhamento, pôde voltar para suas três filhas e fazer uma das coisas que mais gosta: ouvir música. “Eu sempre ligo o rádio, gosto muito de música, escuto de tudo, até funk”, finalizou.

 

Sobre o Hospital Oceânico 

Inaugurado em abril de 2020 no auge da pandemia, o Hospital Oceânico foi a primeira unidade do estado do Rio de Janeiro dedicada exclusivamente ao tratamento de pacientes com Covid-19. Com a queda nos casos, a unidade pôde voltar seus esforços para outro perfil. Atualmente faz parte da rede básica de saúde de Niterói e atende diariamente dezenas de pessoas, sejam pacientes cirúrgicos, do centro de reabilitação ou transferidos de outras unidades.

O centro cirúrgico da unidade, administrada pelo Viva Rio, foi inaugurado no dia 3 de março de 2022 e realizou seu primeiro procedimento. Mais de 2.600 pacientes já passaram pelas salas cirúrgicas da unidade e, até fevereiro deste ano, foram realizados 3.462 procedimentos (durante uma cirurgia, podem ser realizados mais de um procedimento). As especialidades são cirurgia geral, vascular, urologia, proctologia, ginecologia e oncologia. 

 

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