Usar a produção artística para sensibilizar as pessoas para temas humanitários é o objetivo do artista plástico Hady Sy. Em seu novo projeto, intitulado One Blood, ele aborda a doação de sangue. A ideia surgiu da convivência com a prática: sua irmã tem anemia falciforme, uma doença hereditária que exige constantes transfusões de sangue. “One blood” será uma instalação feita com fotografias de doadores de sangue ao redor do mundo, destacando as similaridades existentes entre eles.
“Podemos ser diferentes, mas por dentro temos a mesma cor. Também quero mostrar como é importante doar sangue. Você está dando vida para pessoas que você não conhece”, diz o artista. Hady Sy esteve no Rio de Janeiro para fotografar voluntários que doaram sangue na campanha “Salvando vidas, gota a gota”, promovida pelo Viva Rio.
Seus primeiros trabalhos, “In god we trust” e “Not for sale”, exploram a questão das armas de fogo. Nos dois, Hady Sy tirou radiografias das armas de fogo. No primeiro, a exposição trazia radiografias tiradas ao longo de sete anos do seu próprio corpo junto de diferentes armas. Em “Not for sale”, as armas aparecem sozinhas nas radiografias, construindo uma espécie de catálogo desses objetos, com dados sobre a sua capacidade e quantas pessoas já foi capaz de matar. “Tirei essas radiografias para mostrar que as armas são “doentes” e como são projetadas para matar. As armas não precisam de passaportes, vistos… Elas passam de uma mão para outra. Elas sobrevivem, nós morremos”, filosofa.
A estreia de “One blood” será no dia 14 de junho, em Beirute, capital do Líbano. A escolha tem motivos emocionais – Hady Sy viveu lá por muitos anos-, mas também é relacionada ao tema da exposição. “Beirute representa todas as cidades em guerra. Sangue é associado à guerra, violência… Quero associar sangue à beleza, à generosidade”. Em seguida, a exposição vai para Paris, Berlim e Nova York.