Passeio à Floresta da Tijuca no início de julho
Julho foi um mês de muitas atividades no Núcleo de Desenvolvimento Social do Viva Rio, que realizou uma série de passeios com os alunos de seus projetos. O objetivo foi facilitar o acesso à cultura e ao lazer, além de contribuir para o fortalecimento de vínculos. Participaram moradores do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, do Rio de Janeiro, e jovens atendidos no Espaço Nova Geração, de Niterói.
Visitas ao Museu do Amanhã, no Centro do Rio, ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói e à Floresta da Tijuca foram os passeios promovidos, que ao todo tiveram a participação de mais de 150 pessoas, entre adolescentes, adultos e idosos. Muitos deles ainda não conheciam esses espaços, especialmente os idosos.
Adultos e idosos dos projetos de Hidroginástica, Capoterapia e Café com Elas, realizados na sede do Viva Rio para a comunidade do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, visitaram a Floresta da Tijuca. Eles conheceram a cachoeira Taunay, as grutas e outras paisagens, além do centro de visitantes, que contém uma exposição sobre a floresta. A iniciativa foi de Michel Saraiva, que coordena a capoterapia.
O capoeirista já realizou outros passeios, como aulas externas no Arpoador. Ele reforça a importância dos moradores de comunidades ocuparem espaços e equipamentos da cidade. “Existe um muro invisível que separa a favela do asfalto. Eles conseguem se reconhecer como ‘crias’ do PPG, mas não como ‘crias’ de Ipanema, ainda que a comunidade esteja dentro do bairro. Isso fala de uma dicotomia social. Então, parte do nosso trabalho é levá-los para atividades externas. Tem muitos que querem romper com essa barreira, mas também tem uma questão financeira, por isso sempre garantimos lanche e transporte”, explica.
Michel também reforça que na capoeira existem muitas referências à natureza, portanto essa aproximação com o meio ambiente é fundamental para os alunos. “Se observarmos os movimentos da capoeira temos a meia lua, a bananeira, o beija-flor, então é tudo muito inspirado na natureza, mas nós acabamos perdendo essa conexão. Com essa ida à Floresta da Tijuca, pude falar, por exemplo, do processo de criação de um berimbau, como é feito, com quais tipos de madeira dá para fazer e como reconhecer qual é a verga boa”, conta.
Parte das atividades do mês também foi uma visita guiada ao Museu do Amanhã, localizado no centro do Rio de Janeiro, com participantes do Café com Elas, da Hidroginástica e da Estação Futuro, além de mulheres da Fundação Laço Rosa, que puderam conhecer as exposições.
Visita ao Museu do Amanhã com alunos dos projetos do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho
Lorena Araujo, assistente social do Núcleo de Desenvolvimento Social do Viva Rio reforça que já tem sido feito esse movimento de promoção de lazer para os atendidos pelos projetos da instituição. “Uma vez que eles estão inseridos em um contexto cotidiano tão desafiador, de diversas exclusões e ‘nãos’, nosso objetivo é contribuir para que tenham um ‘sim’. É importante entendermos que não se vive só de coisas básicas, mas também é básico ter cultura e lazer. Foi uma tarde muito boa, muito produtiva do ponto de vista da troca também, de eles fazerem amizade entre eles”, comenta.
Vilani Alves, de 58 anos, já participou de vários dos passeios promovidos pelo Viva Rio, incluindo os deste mês. “Fui ao piquenique que fizemos na praia do Arpoador, ao teatro dos Correios, ao Museu do Amanhã e à Floresta da Tijuca, onde nunca tinha ido. Achei maravilhoso participar de todas essas atividades. Estou me sentindo muito feliz, agradeço ao Núcleo de Desenvolvimento Social do Viva Rio por essas oportunidades”, comenta.
Moradora do Cantagalo, ela chegou até o Viva Rio buscando atendimento em assistência social, mas hoje está inserida em todos os projetos disponíveis para sua faixa etária. “Trabalhei muitos anos como camareira, isso me causou problemas de saúde, então tive que pedir demissão. Busquei ajuda no Viva Rio, pois estava sem renda e conheci a assistente social Lorena que me encaminhou para recebimento do auxílio doença. Comecei a participar do Café com Elas, além da hidroginástica e da capoterapia, que me ajudaram a melhorar minhas dores. Também fiz o curso de Inclusão Digital. Minha vida melhorou muito”, relata.
Em Niterói, o Espaço Nova Geração (ENG), como parte da colônia de férias do projeto, levou adolescentes de 12 a 17 anos para conhecerem o Museu de Arte Contemporânea da cidade. Os jovens visitaram a exposição de arte “Luzes da Coreia – Festival de Lanternas de Jinju”, que apresenta a cultura da Coreia do Sul.
A colônia de férias atendeu 180 crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos, com atividades de esporte e lazer, como tênis de mesa, jogos eletrônicos, brincadeiras lúdicas, papo com os responsáveis, brincadeiras de corda, oficinas de desenho, pintura e colagem e sessões de cinema.
Confira mais fotos dos passeios.
Fotos: Lucas Faro (Floresta da Tijuca) e Núcleo de Desenvolvimento Social do Viva Rio
Texto: Raquel de Paula