Campanha conquista adesão das igrejas

Einardo: “Não nos salvaremos isoladamente, mas sim como as uvas, em cachos”

A campanha “Lei de Drogas: É Preciso Mudar” está articulada com representantes religiosos e de comunidades terapêuticas e já conquistou a aprovação de importantes segmentos das igrejas católica e evangélica. “Não nos salvaremos isoladamente, mas sim como as uvas, em cachos”, disse o representante da igreja católica, Einardo Bingener, que também é membro da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia (CBDD) e coordenador do Projeto Latino-Americano de Pesquisa sobre Comunidades Terapêuticas.

Evandro: "O que está sendo proposto por este projeto é um olhar mais humano para o usuário"

Para o pastor Evandro Machado, da Pastoral Carcerária Metodista, a campanha para mudar a lei de drogas é uma oportunidade de ajudar a transformar a realidade para melhor. “A igreja tem que entender que o que está sendo proposto por este projeto é um olhar mais humano para o usuário”, disse. O pastor e filósofo Neil Barreto, da Igreja Batista Betânia, acrescentou: “Estamos diante da possibilidade de sermos agentes da transformação, de unirmos o que o governo tem e pode oferecer com o que nós sabemos fazer. A ideia desse projeto é promover esse encontro”.

Neil: “Estamos diante da possibilidade de sermos agentes da transformação, de unirmos o que o governo tem e pode oferecer com o que nós sabemos fazer"

Outro apoiador é o representante da igreja evangélica, pastor e psiquiatra Fábio Damasceno. Ele é o responsável pela Comunidade S8, que, além de realizar ações de prevenção, oferece Serviço de Tratamento Ambulatorial (SETA) para dependentes químicos de álcool e outras drogas, em São Gonçalo, e mantém também a Clínica Michelle de Moraes, uma clínica popular para tratamento de dependentes químicos, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro. “Atuamos na área de dependência química há 40 anos e temos experiência no trato com o público no encaminhamento, na abordagem e na motivação da família e dos pacientes”, contou.

Damasceno coordena a Comunidade S8, que oferece tratamento e acompanhamento para dependentes químicos há 40 anos

“Este é um momento muito importante da campanha, de abrir-nos para a troca, de nos aproximar e superar a desconfiança gerada pelo desconhecimento”, disse o diretor executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes, em uma das reuniões realizadas com representantes religiosos para debater o tema das drogas.

Para Rubem, o desafio de se aproximar dos dependentes químicos e oferecer assistência, saúde e cuidado exige certas mudanças de atitude, entre elas a aproximação entre a saúde pública e o setor religioso, as igrejas e as comunidades terapêuticas, grupos que oferecem apoio e tratamento gratuitos para pessoas com problemas com drogas.

 

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