Depois de instalar 90 biodigestores no Haiti em quatro anos, o Viva Rio transfere a tecnologia para os haitianos, que já têm 10 microempresas reproduzindo a técnica da transformação de resíduos orgânicos em energia. Desde o início de 2012, eles já implantaram mais 10 biodigestores, propagando a cultura do saneamento básico sustentável.
O biodigestor é uma câmara hermeticamente fechada onde é induzido o processo de decomposição de resíduos de esgotos através da atuação de bactérias que transformam a matéria orgânica em gás metano, gerando energia. A tecnologia reduz em até 70% o lodo e decompõe 90% das bactérias do esgoto, sem o uso de qualquer produto químico ou energia elétrica. O que resta dos resíduos é usado como adubo para áreas de plantio no entorno do equipamento.
Os biodigestores instalados pelo Viva Rio no Haiti estão ligados a banheiros públicos, onde os dejetos são recolhidos, e a cozinhas comunitárias ou escolas, onde é utilizado o gás produzido.
O coordenador do projeto de implantação de biodigestores do Viva Rio, Valmir Fachini, explicou que, antes do terremoto de janeiro de 2010, o planejamento era implementar 10 biodigestores em três anos. “Com o terremoto, houve um aumento da pressão por um modelo de saneamento básico rápido e seguro e, com isso, acabamos instalando 40 biodigestores só em 2010 e mais 40 em 2011”.