Participaram do “Se liga, isso é trauma!” 40 alunos de escolas públicas da Zona Oeste
Mais de cinco milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência de traumas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a principal causa é o acidente de trânsito, que resulta em mais de 1 milhão de óbitos anualmente, deixando, ainda, entre 20 e 50 milhões com lesões não fatais. As principais vítimas são crianças e jovens de 5 a 29 anos.
No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que só em 2022 foram 152 mil óbitos por traumas, sendo 43 mil na faixa etária de 15 a 29 anos, o que representa 65% do total de mortes entre jovens.
Em parceria com o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, o Viva Rio iniciou, nesta quarta-feira (5), no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, o programa “Se liga, isso é trauma!”, dirigido a jovens de 15 a 29 anos. O objetivo é conscientizar os jovens sobre os traumas decorrentes não só de acidentes automobilísticos, mas também da violência doméstica e da violência contra idosos. O Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal apoiam o programa.
O Hospital Albert Schweitzer é unidade referência no atendimento de urgência e emergência na Zona Oeste do Rio de Janeiro. De janeiro de 2022 a abril de 2024 foram realizados mais de 2.800 atendimentos a pacientes vítimas de trauma, com registro de 237 pessoas que morreram no hospital em decorrência da doença. Os números de atendidos estão em alta, de 2022 para 2023 houve um crescimento de 13%.
Participaram dessa edição do “Se liga, isso é trauma!” 40 alunos dos colégios estaduais Marieta Cunha da Silva e Bangu, localizados na Vila Aliança. Professores e membros da direção das escolas também estiveram presentes.
Através de palestras, aulas práticas e visitas hospitalares, os participantes foram expostos à realidade dos pacientes traumatizados e aprenderam sobre prevenção, primeiros socorros e segurança, com profissionais capacitados, entre eles a equipe do 25º Grupamento de Bombeiros Militar, de Realengo. Os bombeiros trouxeram aulas práticas e teóricas de temas como abordagem primária à vítima de trauma, extricação e transporte, acidentes domésticos e incêndios.
Helio Machado, coordenador da clínica cirúrgica do Albert Schweitzer, que também coordena o programa, trouxe informações sobre trauma, violência e acidentes domésticos. Também ministrou o curso Stop de Bleed (Pare o sangramento).
Felipe Gabriel, de 17 anos, aluno do Colégio Marieta, foi um dos participantes. Ele comenta a importância do conteúdo do programa. “É um ótimo projeto, com aprendizados que servem para ajudar as pessoas à nossa volta, nossos parentes, amigos, ou alguém na rua que esteja machucado, podendo até salvar uma vida. Aprendemos muito aqui, foi muito bacana. Todas as escolas deveriam participar e aprender com o projeto”, reforça o jovem.
Irapoan Bertoldo, diretor do Colégio Marieta, reforça que o conteúdo do programa é essencial para os jovens, que muitas vezes se envolvem em acidentes no trânsito. O diretor fala que a ideia é que os alunos sejam multiplicadores do conteúdo e que seja realizada uma oficina no colégio.
“Em sala de aula procuramos trazer um pouco desses assuntos, mas aqui eles ouviram profissionais da saúde, o que é diferente. Está sendo um aprendizado muito importante, principalmente porque visualizamos no dia a dia na escola vários afastamentos por trauma, decorrentes principalmente de acidentes de moto. Fiz questão de trazer três turmas onde temos alunos que sofreram acidentes e estão afastados”, comenta Irapoan.
Como funciona o programa
O programa “Se liga, isso é trauma!” aborda diversos temas, entre eles direção segura, perigo do uso de celulares, importância do respeito às regras de trânsito, uso abusivo de álcool e drogas, tipos de violência contra a mulher, acidentes domésticos e maus tratos contra idosos.
Os alunos acompanham, através de discussões com os pacientes e cenários clínicos simulados, a jornada de um traumatizado. Aprendem sobre lesões e têm experiência prática com equipamentos usados no tratamento e reabilitação de traumas. Também vão aprender técnicas de parada de sangramento.
As aulas são mediadas por profissionais que cuidam de pacientes traumatizados: socorristas, médicos, enfermeiros, além de pacientes vítimas de traumas e profissionais de resgate.
Para mais informações e inscrições, acesse: issoetrauma.com.br.
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