Babilônia ganha painéis de energia solar

29/1/2016

Moradores da favela da Babilônia, no Leme, Zona Sul do Rio, foram apresentados nesta sexta-feira (29) à tecnologia à base de energia solar. Cansados de pagar pelos preços extorsivos cobrados no Rio pela empresa fornecedora de energia elétrica, o belga Pol DHuyuetter, 54, e o petropolitano Eduardo Figueiredo, 29, instalaram, com apoio do Viva Rio e em mutirão de moradores, os primeiros painéis fotovoltaicos em seus estabelecimentos comerciais.

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Moradores da favela Babilônia fizeram mutirões para instalar os painéis| Foto: Amaury Alves

Pol, que fundou e coordenou a ONG de sustentabilidade belga Amigos da Terra, vive na favela há sete anos. Comanda a pousada Estrelas da Babilônia debruçada sobre a Praia de Copacabana, com três quartos, restaurante e bar. Ela fica ao lado do mirante, no topo da comunidade e seu acesso é demarcado por estrelas pintadas no chão, como as setas do Caminho de Santiago (Espanha). “Minha última conta de luz foi quase R$ 1 mil. Com a instalação de 12 painéis de energia solar, economizarei metade deste valor. Gastei R$ 21 mil e em seis anos terei o retorno do investimento”, planeja.

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Pol DHuyuetter pagou quase R$ 1 mil na sua última conta de luz|Foto: Amaury Alves

Eduardo Figueiredo, há quatro anos na favela, instalou 20 painéis no Babilônia Rio Hostel, com oito quartos, o que corresponde a uma redução de 80% no valor de sua conta de luz mensal. “Alguns moradores da comunidade se interessaram pelo projeto de sustentabilidade, nossa meta é viabilizá-lo em dez casas até o fim do ano”, diz.

Eduardo, Pol, o francês Augstin Butruille e o paraibano Adalberto Almeida, 38 anos, há 12 na Babilônia, fundaram a associação sem fins lucrativos RevoluSolar, que pretende educar a população local sobre os benefícios sociais, econômicos e ambientais do uso da energia solar. “Eu achava que era só no papel, agora sei que é só querer para dar certo”, empolga-se Adalberto, eletricista que participa ativamente dos mutirões.

Cada painel custa R$ 800,00 e, dependendo dos hábitos de consumo, uma casa unifamiliar necessita de quatro painéis para reduzir a conta de luz de forma consistente.  As instalações destes dois empreendimentos foi realizada a partir de um programa de micro crédito da agência estatal AG Rio. “Este pode ser o início da independência energética e uma transição para a energia renovável na favela da Babilônia”, sonha Pol, lembrando que as contas de luz quase dobraram no Rio nos últimos dois anos.

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Projeto de independência energética|Foto Amaury Alves

 

(Texto: Celina Côrtes|Fotos: Amaury Alves)

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