18/12/2015
O calor da bateria da São Clemente fechou com chave de ouro a festa de comemoração pelos 22 anos do Viva Rio, realizada na quinta-feira (17), na quadra da escola, no Centro. A comemoração fez jus ao comentário do diretor executivo, Rubem César Fernandes: “Foi um ano difícil para o país. A instituição, porém, termina o ano em processo de crescer ainda mais. Só temos a agradecer!”.
O agradecimento, por sinal, foi o tema do evento, que começou às 19h e entrou pela madrugada desta sexta-feira (18). Vários grupos se alternaram no palco do galpão nos mais variados estilos, do pagode ao funk, passando pelo rock da banda Rock Show Band, com três anos de estrada, que esquentou a festa com nova formação. “É bom poder se apresentar por uma causa social”, festejou a crooner Annalu, casada com Fábio Moraes, do Socioambiental do Viva Rio e DJ da banda.
A mesma motivação movia os integrantes do Estylo de Ser, o segundo grupo a subir ao palco, depois do Samba de Esquina. “Sempre buscamos as causas sociais, para colaborar de alguma forma”, comentou Magoo, profissional do banjo e da voz da banda que tocou samba e pagode.
As pessoas já chegavam ao galpão em clima de festa. Humberto Pina, que atua no Projeto Ampla do Jardim de Bom Retiro, em São Gonçalo, vestia bermuda preta, camisa branca abotoada até o pescoço, gravata borboleta preta e boné. Já chegou sacudindo os quadris: “Vim brincar com o Marcinho, faz parte”, comentou, referindo-se ao MC Marcinho, a atração mais esperada.
Uma que chegou à festa se destacando de seu grupo foi a supervisora Jacilea da Silva Santos, do projeto Casa Viva. “Comemoração e diversão em grupo é a melhor coisa!”, afirmou. E dançou como se não houvesse amanhã.
Antigos colaboradores turbinaram a alegria. “Foi um período de pura paixão”, lembrou Marco Antonio Barcellos, emocionado. Por conta do poder de sua voz, chegou a ser selecionado para ajudar na Rádio Viva Rio. Dessa vez, ajudou a tocar a festa. “Sinto muitas saudades, principalmente do pessoal voluntário do Viva Rio”, confessou.
Parabéns
Rubem César subiu ao palco para agradecer a participação dos presentes e lembrar que as maiores riquezas do país, como as pedras preciosas, o café e o açúcar, foram produzidas pela mão de obra escrava. “A raiz de nossa religiosidade é negra”, afirmou, seguido pelo momento ecumênico do evento, quando se apresentou o Imalê ifé. Val, vocalista e vice-presidente do grupo, de Duque de Caxias, é participante dos movimentos de resistência das mulheres negras. O ex-frei Tião Santos, coordenador do Socioambiental, fez uma oração. Em seguida, veio o Parabéns para você, com direito a bolo cortado pela coordenadora do Voluntariado, Cibele Dias.
Sem dúvida um dos destaques foi o Dream Team do Passinho, porém o momento de mais animação foi quando MC Marcinho subiu ao palco, atraindo mais de dez mulheres para dançar com ele.
A quadra foi decorada com bolas azuis e brancas, as cores do Viva Rio. Muitos aproveitaram para comprar as camisetas do Haiti Aqui e dos Pérolas Negras, time de futebol haitiano celebrado na festa em sua chegada definitiva ao Brasil, no próximo dia 31. Todos os recursos arrecadados no evento foram revertidos para os atletas haitianos, único time estrangeiro que participa da Copa São Paulo de Futebol, a Copinha, nos dias 3, 5 e 7 de janeiro.
(Texto: Celina Côrtes | Fotos: Amaury Alves e Tamiris Barcellos)