Crianças ganham festa na Milton Santos

Em fila, as crianças aguardavam a distribuição de seus presentes de dia das crianças, na festa organizada na sexta-feira (9), na Casa de Cultura Milton Santos, na Penha Circular, Zona Norte, para moradores dos morros da Paz, do Sereno e da Fé. O evento foi planejado pela equipe da Segurança Humana do Viva Rio, em parceria com a área de Educação, e teve o apoio do DNA e do Voluntariado, além da CAP 3.1. A Casa de Cultura Milton Santos é um espaço de esporte, cultura, lazer e promoção de saúde e cidadania.

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As crianças formaram uma fila para a distribuição dos presentes |Foto: Paulo Barros

Cerca de 50 crianças, que frequentam semanalmente as aulas de esporte e reforço escolar, passaram uma tarde diferente. Livres, elas dançaram muito, lancharam e brincaram de roda e de jogo de estátua ao som do funk. Os setores do Voluntariado e do DNA distribuíram presentes. As crianças ganharam também um livro de colorir que conta a história do Viva Rio. “Atuamos em comunidades que não conhecem a trajetória da organização”, disse a coordenadora de Comunicação Interna do Viva Rio, Renata Oliveira.

Igor, nove  anos, vibrou ao abrir a sacola e ver um estilingue. Juan, da mesma idade, pediu para trocar o presente que ganhou. Levou para casa uma flauta doce. Já as amigas Maria Eduarda e Letícia, seis anos, fizeram questão de posar com os brindes que receberam: um jogo de panelinhas e um diário.

Meninas e presente

As amigas Letícia (à direita) e Maria Eduarda exibem suas conquistas | Foto: Paulo Barros

Letícia é prima e afilhada da funcionária que atualmente está à frente das atividades oficiais e extra-oficiais da Casa de Cultura Milton Santos. Há um ano, Cláudia de Sousa, que trabalhava subordinada a duas pessoas, se viu sozinha na administração diária do equipamento e não desconversou. Contribuiu para reinventar, com maestria, o lugar: ela convida palestrantes, organiza visitas (na segunda (12), as crianças foram ao Jardim Zoológico); prepara festa de dia das crianças; inscreve os meninos em campeonatos, como o de kickboxing que aconteceu em setembro, no Melo Tênis Clube, na Vila da Penha, e rendeu a eles a primeira colocação no quadro de medalhas para o projeto. “Levei 29 meninos. Todos ganharam, e ainda levamos o troféu, concorrendo com academias de luta”, vibra ela.“A Claudia dá conta dessa criançada toda aqui! Ela arrebenta!”, elogia a supervisora Fernanda Mattos.

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A incansável Claudia de Sousa organiza festas, passeios e palestras | Foto: Paulo Barros

Parceria bem-sucedida

Há um mês, Claudia recebeu a visita do comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local, Tenente Dantas, que abrange os morros do Sereno, da Paz e da Fé. Ele estava procurando um espaço para começar um projeto de aulas de Taekwondo para as crianças. O treinador viria a ser o Soldado Castelo Branco. Em contrapartida, a Soldado T. Ferreira daria aulas de reforço escolar para as crianças. Claudia não teve dúvidas. Pediu autorização ao coordenador, Sandro Costa, que deu carta branca a ela.

As aulas, que segundo ela no início teve poucos interessados, hoje já tem mais de 10 alunos em cada uma das quatro turmas. “A prioridade são as crianças, mas através delas, chegamos nos pais”, diz o Soldado Castelo Branco, morador de Seropédica e ex-estudante do curso de Agromensura, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Lá, ele era o conhecido professor Paulo Roberto por seus 150 alunos. “Sempre gostei de trabalhar com as crianças. Aqui somos abraçados pela comunidade na UPP”, comemora ele.

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Soldado T. Ferreira e o Soldado Castelo Branco: reforço escolar e Taekwondo | Foto: Paulo Barros

A Soldado T. Ferreira também era popular entre seus alunos nas escolas onde lecionou em Duque de Caxias até um ano e meio atrás. A “Professora Tati” agora ajuda as crianças de cinco a 14 anos a fazer os deveres de casa e reforçar o conhecimento dos conteúdos. “Eles não faltam de jeito nenhum”, orgulha-se.

“A Casa de Cultura Milton Santos é um espaço onde só se fala de esporte, lazer e cultura. Hoje foi um dia que vai marcar as crianças. Aqui é um espaço da comunidade, e é bom ver como as crianças estão mais calmas e sentem-se pertencentes à Casa. Diferente de quatro anos atrás, quando eram bem mais agitadas”, disse o coordenador Sandro Costa.

(Texto: Sol Mendonça. Fotos: Paulo Barros)

 

 

 

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