A luta antimanicomial continua

“Não precisa ser doido, para lutar contra o manicômio”. A frase provocativa estampava camisetas azuis espalhadas pelo Largo do Machado, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (20), para as celebrações da Luta Antimanicomial no Brasil. Depois de 18 anos, o movimento que apregoa uma sociedade sem manicômios já se firmou no Brasil, e, certamente, ajudou a alterar o panorama da saúde mental no País. Mas, para os presentes, essa luta continua.

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Luta Antimanicomial: movimento da reforma psiquiátrica no Brasil é lembrado no dia 20 de maio

A técnica de Geração de Trabalho, Renda e Cultura da Superintendência de Saúde Mental da Prefeitura do Rio de Janeiro, Pollyanna Ferreira, uma das responsáveis pelo encontro, afirmou que é importante levar este debate sobre a luta antimanicomial para as ruas. “Já temos políticas públicas que contemplam o protagonismo, a autonomia e a não- exclusão dos doentes mentais, mas ainda temos muitos desafios, principalmente aqueles relacionados à inclusão”.

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Brinquedoteca na praça: “brincar é fundamental”

Hip hop da Rocinha, roda de samba, desfile do bloco carnavalesco “Embaixadores da Alegria”, poesia e brincadeiras foram algumas das atividades que ocuparam a praça e chamaram a atenção de quem passava por lá. O Viva Rio estava representado pela Brinquedoteca do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) Maurício de Souza, localizado na Urca. “Trouxemos para cá o trabalho que já fazemos normalmente”, explicou Alex de Goes, coordenador do projeto. “Contamos com oito brinquedotecas atualmente. Todas oferecem atividades lúdicas e terapêuticas que dão às crianças a oportunidade de desenvolver suas potencialidades”, explicou.

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Alex Degoes, coordenador das Brinquedotecas

A diretora do CAPSi, Maria Jacintha Costa, ressaltou a importância da presença da Brinquedoteca no dia a dia da unidade. “Alguns adultos acham que brincar é perda de tempo, mas eles estão errados: é fundamental na infância, nos ensina sobre as regras e dinâmicas da nossa sociedade”, disse. “Para as crianças com as quais trabalhamos, é ainda mais importante. É muito mais difícil tratar e mudar qualquer coisa quando são maiores”.

Dentro do CAPSi, a Brinquedoteca também é utilizada como um espaço de avaliação e atendimento. “Ao brincar, aprendemos a ganhar e a perder”, conclui Jacintha. A Luta Antimanicomial já obteve muitas vitórias. A briga agora é para conquistar a inclusão e a aceitação dos doentes mentais “para que histórias de internações de 30 ou 40 anos nunca mais se repitam”, alerta.

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Maria Jacintha Costa, diretora do CAPSi Maurício de Souza

 

(Texto: Renata Rodrigues / Fotos: Vitor Madeira)

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