Viva Rio comemora 20 anos com Caetano e Gil

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Caetano Veloso e Gilberto Gil foram as principais atrações da festa de 20 anos do Viva Rio

Em 1993, um grupo de cariocas uniu-se para dar um basta à violência que assolava o Rio de Janeiro. O movimento deu origem ao Viva Rio, que celebrou, no dia 17 de dezembro, 20 anos em uma grande festa na quadra da Unidos da Tijuca ao som de Caetano Veloso e Gilberto Gil.

A comemoração reuniu mais de 3000 pessoas, entre funcionários, representantes do setor público, empresários e parceiros. Rubem César Fernandes – fundador, diretor executivo da instituição e um dos porta-vozes do evento – lembrou dos dois minutos de silêncio promovido pelo Viva Rio que convidou os cariocas à reflexão há duas décadas. “Fiquemos novamente em silêncio e pensemos sobre o que queremos para nossa cidade”, pediu.

Caetano Veloso e Gilberto Gil subiram ao palco logo após as apresentações da Orquestra Maré do Amanhã e do grupo Chorando à Toa, formado por jovens da Rocinha.  A dupla foi ovacionada pelos presentes e mostrou-se emocionada em participar do evento. “São 20 anos de solidariedade, sacrifício, mas também de muita realização. Parabéns, Viva Rio!”, disse Gil.

O show trouxe sucessos de diversas fases dos músicos. Caetano escolheu “Luz do Sol”, “Tieta” e sua versão de “Sozinho” (de Peninha), já Gil levantou a plateia com “Andar com Fé”, “A Paz” e “Expresso 2222”.

Como já era esperado, o momento mais comovente da noite foi a execução de “Haiti”, canção que, assim como o Viva Rio, também celebrou 20 anos. Se a versão original, lançada em 1993 no cd “Tropicália II”, contou com a participação do Olodum, ontem os haitianos do RAM deixaram sua marca, acompanhando a dupla baiana.

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Músicos do RAM juntaram-se a Caetano e Gil para tocar “Haiti”, música que também completou 20 anos em 2013

Esse foi o gancho para o que viria a seguir. A banda de Porto Príncipe apresentou “rock’n’roots”, misturando instrumentos contemporâneos com a música de raiz do Haiti. O encerramento da festa ficou por conta da bateria da Unidos da Tijuca.

VIVA RIO 20 ANOS: UM BRINDE À AMIZADE

O clima na quadra da Unidos da Tijuca era de confraternização. Funcionarios, conselheiros, diretores e parceiros comemoravam os 20 anos do Viva Rio, compartilhando histórias que marcaram as duas décadas de atividades da instituição.

Líder comunitário da Maré e amigo de longa data de Rubem César, Amaro Domingues contou que o início da relação dos dois foi um tanto conturbado. “Começamos com o ‘pé esquerdo’, mas nos momentos que mais precisei ele e o Viva Rio estiveram lá para me socorrer. Tenho grande estima pelo Rubem.”

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Rubem César abraça Amaro Domingues e Mãe Beata de Iemanjá na comemoração de 20 anos do Viva Rio

Mãe Beata de Iemanjá, uma das lideranças religiosas mais importantes do Brasil, escreveu um poema para expressar sua satisfação em fazer parte da festa. “Vi esse movimento nascer. Que trajetória linda, de uma importância tamanha para a cidade!”

Já o jornalista Zuenir Ventura enalteceu a participação do ativista Herbert de Sousa, o Betinho, na fundação do Viva Rio. “Ele foi um dos grandes responsáveis por essa bela história. Sempre acreditou na união-asfalto e dizia que era necessário ‘invadir as comunidades com cidadania'”, ressaltou.

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O jornalista Zuenir Ventura (à esquerda) e o cineasta Zelito Vianna também prestaram suas homenagens ao Viva Rio

Foi através de Zuenir que o cineasta Zelito Vianna conheceu o trabalho da instituição, da qual também já foi conselheiro. “O Viva Rio é uma entidade sui generis. Tem um time que trabalha por amor e presta um serviço inestimável ao Rio de Janeiro”.

(Texto: Karla Menezes/Fotos: Tamiris Barcellos, Roberta Machado e Vitor Madeira) 

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