Viva Rio e prefeitura lançam projeto Casa Viva

Acolhido observa a parede grafitada da Casa Viva de Bonsucesso: espaço receberá jovens usuários de crack e outras drogas 

O Viva Rio e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social inauguraram, no último dia 12 de setembro, a primeira unidade reformulada do projeto Casa Viva, voltado para a recuperação de jovens usuários de crack e outras drogas. A cerimônia contou com a presença de várias autoridades, entre elas o vice-prefeito e chefe da pasta, Adilson Pires; o subsecretário Rodrigo Abel; e o diretor executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes.

Criado em 2008 pela prefeitura do Rio de Janeiro, o “Casa Viva” passou por um processo de ampliação, agregando políticas de saúde, educação e assistência social. A unidade inaugural, localizada no bairro de Bonsucesso, possui sala de informática, biblioteca, sala de jogos, brinquedoteca e área de convivência. Atualmente, conta com 12 adolescentes cuja média etária é de 16 anos. “Esse é um espaço de reestruturação para os jovens. Queremos que eles restabeleçam laços, criem memória e reintegrem-se à sociedade”, afirmou a coordenadora técnica da iniciativa, Marília Rocha.

Área de convivência da unidade possui mural de fotos (à esquerda) para “criar o conceito de memória” nos acolhidos

Já Rubem César Fernandes destacou a importância da união entre o poder público e a sociedade civil na implantação do projeto. “Essa empreitada só deu certo graças à dedicação e à integração das Secretarias de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social, além dos profissionais do Viva Rio.”

O diretor executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes, participa de conversa com o subsecretário de Desenvolvimento Social, Rodrigo Abel (de azul), e o chefe da pasta, Adilson Pires

Durante o evento, alguns acolhidos foram convidados a dar breves depoimentos sobre suas trajetórias de vida.  Mostrando uma maturidade que transcende seus 17 anos, P.O. admitiu que falar sobre sua dependência química não é a mais fácil das tarefas. No entanto, segundo o jovem, “quanto mais esse assunto for abordado, mais adolescentes serão influenciados e irão procurar um caminho diferente”.

A desenvoltura dos meninos foi ressaltada por Adilson Pires. “Poucos conseguem ser tão sinceros em relação a um momento de fraqueza. Agora vocês devem usar essa coragem e mudar de vida”, disse. O vice-prefeito aproveitou a oportunidade para fazer mea-culpa em relação à histórica escassez de políticas assistenciais na cidade. “Se vocês [jovens] estão aqui hoje, é porque, em algum momento, o poder público falhou. Queremos reparar esse erro.”

Nos próximos meses, o projeto Casa Viva irá se expandir para Jacarepaguá, Bangu, Penha e Del Castilho. Ao todo, serão oferecidas 100 vagas. A sede atual, situada em Laranjeiras, será transferida para Del Castilho e o número de leitos passará de 12 para 20.

Também compareceram à inauguração os vereadores Laura Carneiro e Tiago Oliveira; a juíza da 1ª Vara de Infância e Juventude, Dra. Ivone Ferreira Caetano; a defensora pública da Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente  (CDEDICA), Eufrásia de Souza; e o representante do programa federal “Crack, é possível vencer”, Luiz Carlos Fiore.

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