Samu Médio Paraíba não para: média de 18 atendimentos por hora

De 2017 a 2021, foram recebidas 574 mil chamadas e feitos mais de 189 mil atendimentos com envio de ambulância em 12 municípios da região

Samu Médio Paraíba atua com 21 ambulâncias que atendem a 12 municípios do Centro-Sul fluminense –Foto: PH de Noronha

 

1/10/2021

O Samu Médio Paraíba, sob gestão do Viva Rio desde outubro de 2017, é um serviço de grande importância para 12 municípios da região Centro-Sul fluminense. Em quatro anos de atuação, o Samu Médio Paraíba já atendeu 189.226 casos com envio de ambulância e recebeu 574 mil chamadas – o que equivale, em média, a 18 atendimentos por hora. 

Do total de 189.226 atendimentos com ambulância, 132.951 são de casos clínicos, que incluem todo tipo de mal súbito, como problemas cardiorrespiratórios, intoxicação, crises hipertensivas, dores no peito e suspeita de infarto ou AVC. Os casos de traumas representam o segundo maior número de atendimentos, com 28.166 envios de ambulância em quatro anos. Entre os casos traumáticos, estão acidentes de trânsito, ferimentos por arma branca e de fogo e quedas. Também há atendimentos de obstetrícia, pediatria, psiquiatria e neonato. 

O Samu Médio Paraíba é uma parceria do Viva Rio com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraíba, composto por 12 municípios: Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valença e Volta Redonda. Essas cidades somam mais de 875 mil moradores, que são atendidos pelo serviço. 

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) é fundamental em casos de  urgência e emergência. De acordo com o Coordenador de Enfermagem do Samu Médio Paraíba, José Luiz da Silva, o objetivo é reduzir a procura da população aos hospitais e prestar os atendimentos necessários, essencialmente por telefone, com a Regulação Médica, sem que seja necessário o envio de ambulância ao local. 

Para José Luiz, que trabalha há 10 anos no Samu, antes nos atendimentos nas ruas, agora como coordenador, cada vez que há um chamado e o socorro é prestado, é como se ele estivesse no local: “Fazer parte desse processo, para mim, é como se eu estivesse atuando. Cada socorro que eles fazem na rua é como se eu estivesse lá. É extremamente gratificante estar à frente desse grupo”, conta. 

Segundo ele, a entrada do Viva Rio na gestão foi fundamental para que o serviço funcionasse de forma plena. “O Viva Rio mudou a cara do Samu, melhorou muito. A gente vem de um passado com bastante dificuldade. Rodamos hoje com 21 carros, mas já rodamos com apenas 10 a 12 viaturas, porque tivemos carros quebrados, períodos de greve. Com o Viva Rio temos trabalhado com a frota e as escalas em sua plenitude.”

Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM) registra os dados sobre a urgência e encaminha a ligação para o Médico Regulador – Foto: PH de Noronha 

 

Salvando vidas

São muitos os atendimentos marcantes feitos pelo Samu. A médica reguladora Renata Fernandes lembra de um caso recente, do começo do mês de setembro, onde prestou atendimento, por telefone, a um bebê de três meses que se afogou no leite materno. O caso aconteceu em Volta Redonda e o pai foi quem ligou pedindo socorro. 

“O bebê estava mamando, se engasgou com o leite materno e parou de respirar. Eu orientei as manobras de desobstrução das vias aéreas e o pai falou que o bebê começou a ficar mais vermelho, mas só chorou depois de um tempo. A ambulância chegou ao local e confirmou que o bebê estava bem, não foi necessário ir a uma unidade de saúde”, conta. 

Segundo a médica, o bebê poderia ter morrido se o pai não fizesse rapidamente as manobras de desobstrução das vias aéreas. 

Ela relembra outra situação marcante em sua carreira, ocorrida há dois anos. A solicitante era uma diarista de 42 anos, do município de Barra do Piraí. O Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM) passou o chamado para a médica como uma cólica renal, mas, ao conversar com a paciente, descobriu que ela estava em trabalho de parto.

A mulher apenas desconfiava da gravidez, mas ainda não tinha feito nenhum exame para comprovar. Quando ligou para o Samu, estava sozinha em um apartamento vazio, onde fazia uma faxina, acompanhada apenas do filho de 1 ano e 9 meses. Não havia onde sentar, nem deitar, o que tornou mais complicado o atendimento, mas não impediu que fosse bem sucedido. 

Quando o bebê nasceu, não estava chorando. Renata conta que esse foi o momento mais tenso da Regulação: “O bebê estava roxo e foi necessário orientar manobras de desobstrução de vias aéreas. Depois de a mãe fazer as manobras, veio o choro. Foi o momento mais emocionante na Regulação”.  

O bebê era uma menina, que foi batizada de Renata Vitória, em homenagem à médica. Até hoje, Renata Fernandes mantém contato com a família, via redes sociais, e recebe notícias da criança. 

“Ser médico regulador é estar a quilômetros de distância de um doente que agoniza ou de uma mulher que está sozinha em trabalho de parto, mas, ao mesmo tempo, através do telefone, é se sentir ao lado, junto, e conseguir ganhar a confiança daquele que necessita de ajuda nos momentos mais difíceis e cruciais de sua vida”, conta a médica. 

 

Dia e noite, todos os dias

O Samu 192 é um serviço gratuito que funciona 24 horas e realiza os atendimentos em qualquer lugar (residências, locais de trabalho, vias públicas). O Samu Médio Paraíba atua com 21 ambulâncias, 42 Médicos Reguladores, 84 condutores de ambulância, 56 técnicos de enfermagem e 29 enfermeiros.

Inaugurado em julho de 2012, o Samu Médio Paraíba está sob a gestão do Viva Rio desde 1º de outubro de 2017.                          

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