Perles Noires segue firme rumo à classificação

A derrota por 2 a 0 para o Flamengo, no segundo jogo, não desanimou a equipe sub-15 do time haitiano Perles Noires (projeto executado pelo Viva Rio no Haiti), que disputa a XVIII Copa da Amizade Brasil-Japão. Os garotos jogam hoje contra a Portuguesa e acreditam em um bom resultado. A pequena, mas entusiasmada, torcida haitiana fez barulho ontem no Centro de Futebol Zico com bandeiras, gritos de guerra e corneta. Esta é a primeira vez que a equipe participa do evento, uma confraternização esportiva entre as nações com uma troca de experiências e culturas.

 

Joana Medina era uma das torcedoras mais empolgadas | Foto: Vitor Madeira

Joana Medina (com corneta) era uma das torcedoras mais empolgadas | Foto: Vitor Madeira

Uma das integrantes da torcida, Joana Medina acredita que os Perles Noires (Pérolas Negras, em creole) estão “firmes e fortes” para a próxima fase. Entre os gritos de “aleeeeeee Haiti” e “make!” (marca em português), ela acredita que a equipe haitiana chegará à final. O pensamento de Joana é sinérgico ao do diretor executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes, e do técnico do time, Rafael Novaes. Ambos acreditam na classificação.

“Pegamos uma chave muito difícil e, de cara, jogamos com duas equipes fortes (Atlético e Flamengo), então os meninos ficaram nervosos, mas é possível virar o jogo”, disse Rubem. Mesmo com a derrota para os rubro-negros (tetra campeões na competição), a equipe haitiana ainda pode se classificar para a segunda fase com um resultado positivo em cima da Portuguesa. O jogo entre os dois times será realizado amanhã (22), às 16h.  No primeiro dia da Copa da Amizade, o Perles Noires bateram o Atlético Mineiro por 2 a 1, com gols do camisa 11 haitiano, Mac Garrey Jones, e do camisa 9, Modestin Esteeve.

 

O diretor executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes, acredita na virada dos Perles Noires | Foto: Vitor Madeira

Rubem ( de azul ao fundo) e Rafael ( com prancheta), acreditam na virada dos Perles Noires | Foto: Vitor Madeira

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Atualmente, 27 meninos treinam na sub-15 da equipe haitiana. O projeto compartilha da mesma essência que criou a Copa da Amizade Brasil-Japão de Futebol, em 1998, ao incentivar a participação dos jogadores em competições internacionais. Para o técnico do time, Rafael Novaes, a participação em torneios que promovem o intercâmbio cultural marca positivamente a vida dos jogadores que foram representar o Haiti no exterior.

“Eles se tornam mais patriotas, além de promoverem o desenvolvimento técnico/físico e psicológico em situações de competição, colocando em prática tudo aquilo que ensinamos no cotidiano de trabalho da academia”, apontou Rafael Novaes. O técnico informou que, por conta dessa participação constante em torneios internacionais, “foi identificado um crescimento nos meninos que já passaram por essa experiência anteriormente, pois se tornaram mais autoconfiantes e passaram a valorizar ainda mais outros aspectos fora de campo”.

As disputas

A Copa da Amizade será disputada em quatro fases: a primeira, de 20 a 22 de agosto, é classificatória,  seguida de quartas de final (dia 23), semifinal (24) e final (25). Nesta sexta-feira, os Perles Noires jogam contra o Flamengo e, no sábado, enfrentam o Portuguesa.

Atletas Perles Noires celebram a vitória sobre o Atlético Mineiro | Foto: Vitor Madeira

Atletas Perles Noires confraternizam após termino da partida | Foto: Vitor Madeira

Ao todo, além do Perles Noires, outras 19 equipes participam do torneio: Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense, Corinthians, Santos, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Osasco F.C., Avaí F.C., CFZ de Brasília, Bangu, Audax, Portuguesa, Boa Vista, Kashima Antlers (Japão), Antlers Norte (Japão), Antlers Tsukuba (Japão), J League (Japão).

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Idealizador da Copa da Amizade,  Zico lembra que a competição serve de base para a seleção brasileira por contar com a presença de clubes de grande expressão nacional e internacional. “Essa é uma grande oportunidade para os meninos. Alguns jogadores que passaram por aqui foram para a seleção brasileira, como o Jô, atacante do Al-Shabab.  Isso inspira a participação de outras equipes”, diz ele, lamentando não ter verba para trazer mais do que quatro equipes.

 

Para Zico, o torneio serve de base para a seleção brasileira por contar com a presença de grandes  | Foto: Vitor Madeira

Para Zico, o torneio serve de base para a seleção brasileira por contar com a presença de grandes | Foto: Vitor Madeira

O torneio é disputado anualmente e foi criada originalmente para promover a integração entre os jogadores brasileiros e nipônicos. O nome do torneio foi sugerido pelo vice-presidente do CFZ, Antônio Simões da Costa, que participou do processo de concepção da Copa junto com Zico e o subdiretor de marketing do clube japonês Kashima Antlers, Takashima. Na ocasião, o Kashima Antlers possuía um contrato com o Centro de Futebol Zico que previa uma estadia de dez dias no Rio para treinar no clube.

(Texto: Flávia Ferreira | Foto: Vitor Madeira)

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