Projeto Haiti Aqui atende imigrantes e refugiados e apoia sua integração no Brasil

Estudantes haitianos atendidos pelo projeto 

 

24/06/2022

Acolher o imigrante e facilitar sua integração no Brasil é o objetivo do projeto Haiti Aqui, que faz parte do núcleo de Desenvolvimento Social do Viva Rio. Inicialmente criado para atender haitianos, atualmente auxilia, também, imigrantes de outros países como congoleses, angolanos, ucranianos e sírios, além de pessoas advindas de países da América Latina. 

Entre abril e maio de 2022, o Haiti Aqui fez mais de 100 atendimentos que incluíram orientações para tradução de certidão de nascimento, renovação de residência e passaporte, matrícula escolar, autorização de viagem e pedido de refúgio. 

O projeto atende imigrantes, refugiados, solicitantes de refúgio, apátridas, desalojados, deslocados, vítimas de tráfico de pessoas, estudantes internacionais, entre outras pessoas que se deslocam por motivos econômicos, estudos, reunião familiar, deslocamento forçado (refúgio) e questões ambientais. 

Desde 2021, o Haiti Aqui tem uma parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, através do projeto Migrajus, apoiador de iniciativas de organizações da sociedade civil que atendem migrantes e refugiados e disseminam informações sobre a legislação migratória e a inclusão social. Com o auxílio do Ministério da Justiça, o Haiti Aqui vai ampliar seus serviços, colaborando na construção de políticas públicas de direitos humanos e efetivação da cidadania dessa população. 

 

 

Como funciona o Haiti Aqui 

Existem quatro principais áreas de atuação: Legalidade (assessorar e encaminhar aos procedimentos legais de imigração no Brasil para regulamentar documentação); Trabalho (auxiliar migrantes no processo de busca por trabalho, obtenção de carteira de trabalho, encaminhamento para cursos, etc); Saúde (encaminhamento para assistência médica, reforçar a aplicação de vacinas, etc); Abrangência (assistência itinerante para outras cidades no Estado do Rio de Janeiro). 

De acordo com a coordenadora do núcleo de Desenvolvimento Social do Viva Rio, Marília Rocha, de uma forma geral, o primeiro contato acontece por e-mail ou telefone. A partir disso, é marcado o atendimento presencial, feito no Favela Hub, localizado na sede da instituição, ou de acordo com o caso, a equipe vai até o imigrante. 

O projeto conta com dois haitianos, Jean Baptiste (que é o coordenador) e Ledie Mithou Frenou. Eles fazem o acolhimento, a comunicação com as embaixadas e com a Polícia Federal e se relacionam diretamente com os imigrantes. Para Marília, esse é o diferencial do Haiti Aqui: “A facilidade de ser recebido por alguém que fala sua língua e entende o que é ser imigrante faz toda a diferença”. Jean chegou ao Brasil como imigrante em 2013, e está no projeto desde 2015. 

O Haiti Aqui também conta com uma assistente social e uma psicóloga, que auxiliam no atendimento. A vulnerabilidade social, o choque cultural e a distância são questões que precisam ser trabalhadas. 

Segundo Marília Rocha, a proposta agora é ampliar a divulgação do projeto, com um trabalho de campo em eventos da área de Direitos Humanos e Assistência Social das prefeituras do Rio de Janeiro, Maricá, Niterói e Macaé, onde serão colocados stands e feita uma apresentação sobre o Haiti Aqui. 

Os contatos para informações e atendimento devem ser feitos pelo e-mail haitiaqui@vivario.org.br ou pelo telefone (21) 2555-3750 – Ramal: 3314. 

Apresentação musical em um evento promovido pelo Haiti Aqui 

 

Como começou o trabalho

O Viva Rio atua no Haiti desde 2004, quando foi convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para auxiliar na implementação de uma missão de paz no país, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH). A partir desse trabalho, o Viva Rio montou uma sede em uma das regiões mais pobres do país e se tornou referência para os haitianos. 

O Haiti Aqui foi criado em 2014 e seu trabalho começou após o terremoto que devastou o país caribenho em 2010. Com a tragédia, há uma grande evasão de haitianos, muitos deles vindo para o Brasil e tendo necessidade de suporte. Então, o Viva Rio começa a atuar com o objetivo de fazer o haitiano se adaptar à cultura brasileira sem perder a sua identidade. 

Aos poucos, a organização que já era referência no Haiti por seus outros projetos foi se  consolidando como ponto focal dos haitianos que chegavam ao Brasil e buscavam por orientação para se estabelecer no país e resolver suas demandas básicas. O programa cresceu a partir de acordos com diversos órgãos como a embaixada haitiana, o Ministério das Relações Exteriores, da polícia do Rio de Janeiro  e universidades. 

Para além de questões burocráticas, o projeto também atuou de forma importante no que diz respeito à sociabilidade. Muitos eventos foram realizados na sede da organização durante esse período, o que possibilitou tornar o espaço um ponto de encontro entre os haitianos. A proposta é retornar com os eventos culturais para valorizar a cultura dos imigrantes e refugiados. 

 

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