ONU discute programa de redução da violência no Haiti

17/11/2016

Os dez anos do programa de Redução da Violência Comunitária (CVR), voltado para o Haiti, foram comemorados nesta quarta-feira (16) na sede da ONU, em Nova York, com participação do diretor executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes, na mesa de abertura do evento, presidida Edmond Mulet , chefe de gabinete do Secretário Geral, e moderada por Ayaka Suzuki, Chefe do Departamento de Operações de Paz (DPKO).  O Viva Rio foi convidado em 2004 pela ONU a trabalhar pelos esforços de paz no país caribenho.

Para Rubem, a Conferência representou uma consagração do modelo de ação de “Redução da Violência Comunitária” iniciado no Haiti em 2006 , “no qual o Viva Rio teve e tem uma intensa participação. Por isto me convidaram a falar na mesa de abertura. O modelo tem sido replicado em outras regiões, como na República Federativa do Congo, Mali e Darfou”, enumerou.

RUBEM ONU

Rubem César participou do evento na ONU como representante do Viva Rio | Foto: Divulgação

Antes do evento, o diretor do Viva Rio deu uma entrevista à Rádio ONU, onde falou sobre o desempenho da instituição no Haiti, de 2005 a 2009: “Em outubro de 2009 houve uma conferência com 600 empresários do mundo inteiro que se perguntavam como investir no país. O terremoto, em janeiro de 2010, derrubou tudo e trouxe a volta novos desafios. O importante é que continuamos lá”. Rubem comentou ainda sobre o projeto “Aproximação” entre a polícia e jovens lideranças locais desenvolvido em Bel Air, uma das regiões mais afetadas pela catástrofe . “Em português, CVR é Redução da Violência Comunitária (RVC), estratégia que vem trazendo resultados. Só é possível entrar nas comunidades falando a linguagem deles, um trabalho de dentro para fora. O “Aproximação” está fazendo progresso e certamente vai ser discutido aqui”, avaliou.

O principal objetivo do encontro foi contribuir para discussões pela manutenção da paz, sobretudo a partir de medidas não-militares para abordar os grupos armados. Os projetos do CVR contribuíram para melhorar a segurança em alguns dos bairros urbanos mais marginalizados e propensos à violência do país.

Denominado “Espaço Criativo pela Paz em Comunidades Devastadas pela Guerra”, o evento focou nos esforços pelo desarmamento, em um programa global de redução da violência adaptado às condições locais e na oferta de emprego a ex-membros de gangues e à juventude de risco, entre outros aspectos.

O CVR representou a primeira vez em que a ONU solicitou um programa de base voltado para grupos armados incorporados aos bairros urbanos. Desde então, a atuação passou a ser global, envolvendo ainda seis missões de paz:  Minusca, Minusma, Minustah, Monusco, Unamid e Unoci.

Os programas abordam as questões do Estado de direito, da segurança, do gênero, bem como os direitos humanos, propondo uma ampla abordagem aos parceiros externos, como o Viva Rio. Em 2015, o relatório do Painel Independente de Alto Nível sobre Operações de Paz (HIPPO) da ONU reconheceu o sucesso do CVR.

(Texto: Celina Côrtes | Fotos: Divulgação) 

 

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