No Dia Nacional do Líder Comunitário conheça a atuação desenvolvida nas comunidades

Antonio Guedes atua no Morro Santa Marta desde seus 15 anos

 

Eles auxiliam em problemas, conseguem doações de alimentos, roupas e outros itens essenciais, fazem ponte com o poder público e buscam melhores condições de vida e infraestrutura para as favelas e moradores. No Dia Nacional do Líder Comunitário, criado pela lei 11.287, de 27 de março de 2006, e celebrado nesta sexta-feira (5), conheça o trabalho de Antonio Guedes e Jaqueline Rocha, líderes comunitários e articuladores sociais do Viva Rio.

“O desejo de ser líder comunitário não pode ser comprado, é algo que vem com a gente. A vontade de ajudar o próximo e atuar em questões sociais, para mim, é como um dom enviado por Deus. Eu ganho tempo ajudando as pessoas e isso também me ajuda. Para fazer trabalho social tem que gostar e eu gosto muito do que faço”, é o que acredita Antonio Guedes, de 58 anos, líder comunitário há mais de 30 anos no Morro Santa Marta, em Botafogo, onde mora desde que nasceu. 

Antonio Guedes, mais conhecido na comunidade como Guedes, atua em questões sociais desde os 15 anos. Também já foi presidente da escola de samba Mocidade Unida do Santa Marta. Atualmente, é diretor social na associação de moradores. “No terrível momento da pandemia conseguimos muitas doações para a comunidade juntamente com outros líderes. Fazemos de tudo um pouco para garantir o bem-estar das pessoas, já conseguimos até moradia”, conta. 

Jaqueline Rocha, 34 anos, atua na comunidade de Vila Ieda II, em Campo Grande, como secretária da associação de moradores há cerca de 10 anos. O envolvimento com questões sociais e comunitárias começou cedo, com o incentivo da mãe, que há muitos anos trabalha como presidente da associação. “Minha mãe sempre esteve envolvida com a comunidade e foi colocando a gente (filhos) em algumas funções, como secretário e tesoureiro. Então, desde crianças, sempre estivemos nesse meio. Está no nosso sangue”, conta a líder. 

Jaqueline explica que o principal objetivo do seu trabalho é ajudar a população nas necessidades que surjam, seja com doação de mantimentos, roupas e objetos ou isenção e segunda via de documentos. Tudo é feito a partir de parcerias e colaborações dos próprios moradores. 

Também levam demandas da sociedade civil para o poder público, mas nem sempre são ouvidos em tempo hábil. “Para conseguirmos uma solução mais rápida precisamos resolver entre nós mesmos. Vamos falando com um e outro, vendo como cada um consegue ajudar, e nos unimos para fazer. Muitas vezes, até chegar a ajuda do governo, a gente já conseguiu resolver a maioria das coisas”, explica Jaqueline. 

Para Jaqueline Rocha, carinho e amor são peças fundamentais no trabalho de um líder comunitário. “É necessário ter amor ao próximo e empatia para poder ajudar. Temos que ter amor pelo que fazemos, nada é feito por interesse, visando bens materiais ou dinheiro. Agimos por carinho mesmo, nos colocamos no lugar do outro, pensando que poderíamos estar na mesma situação de vulnerabilidade”, finaliza. 

Jaqueline Rocha, líder comunitária e articuladora social 

 

Como o trabalho da articulação se relaciona com o da liderança comunitária 

O trabalho do líder comunitário se relaciona e se assemelha com o do articulador social que, no Viva Rio, tem a função de dialogar com a população e lideranças locais, mediar conflitos e ajudar na resolução de problemas. O setor de Articulação é parte importante do trabalho da instituição. 

“O Viva Rio já nasceu articulando com as comunidades, é muito importante atuar junto com os parceiros e líderes comunitários. A maior parte dos articuladores também são líderes comunitários”, conta Antonio Guedes, que também é articulador social no Viva Rio há cerca de 18 anos, mas atua na instituição desde a criação, em 1993, e já passou por diversos setores e projetos.  

Já Jaqueline Rocha está na Articulação do Viva Rio desde o ano passado. Para ela, o trabalho, em grande parte, é o mesmo que o líder comunitário realiza no território. “Uma coisa está ligada à outra. A articulação é, praticamente, o serviço que fazemos no dia a dia. Vamos montando as teias, articulando e formando um grupo com o qual faremos trocas”, relata.

 

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