Conheça a história de Tuninho e Beatriz, voluntários no Viva Rio

25/1/2019

O Viva Rio tem uma longa história com o voluntariado. Desde 1993, a instituição mobiliza ações e hoje esse é o maior setor da instituição. Formado por muitos rostos e histórias, o voluntariado tem em seu cerne a inclusão e a doação. Algumas dessas histórias são tão marcantes que valem a pena serem contadas, como a do Tuninho e da Beatriz.

Tuninho tem Síndrome de Asperger, um transtorno situado no espectro do autismo que afeta a capacidade de se socializar. Para Diego Silva, que é o coordenador do Voluntariado e convive com Tuninho, a sua condição não impede dele estar sempre nas ações e não diminui a parceria deles.

Tuninho e Diego, coordenador do Voluntariado

“Posso não me lembrar da data ou dia da semana que o Tuninho começou a trabalhar conosco como voluntário, mas ele sabe e guarda datas e acontecimentos importantes na memória. É prestativo, atento quando lhe passamos as demandas e costuma ser parceiro em tudo. É como se fosse nosso embaixador e reconhecido por todos do Viva Rio. Temos orgulho de tê-lo conosco e poder contar sempre com ele, aliás, onde houver trabalho voluntário no Rio ele tá presente. Da sua casa, em Niterói, atravessa a ponte pra onde for. É de um coração nobre que não tem tamanho”.

Tuninho é voluntário há oito anos em diversas instituições. Tudo começou quando ele escreveu um poema que falava que a gente vinha ao mundo para ajudar os nossos semelhantes. Desde então ele ajuda diariamente diversas organizações.

Tuninho em nossa sede, no Cantagalo-Pavão-Pavãozinho

“Eu amo trabalhar voluntariamente. Desde 27 de agosto de 2016 eu sou voluntário no Viva Rio, tanto na unidade da Glória quanto na de Ipanema. Também ajudo no Harmonicanto e em outros setores, organizando livros, imprimindo documentos e por aí vai. As pessoas me tratam ultra mega super hiper bem, graças a Deus, sou cada vez mais querido pelos colegas voluntários! Não tenho nenhuma preferência sobre o que eu gosto mais de fazer, já fui carteiro voluntário de Natal, já dei abraço solidário no Setembro Amarelo, participo das festas juninas, já ajudei em bazares e também sou um voluntário virtual. No projeto Harmonicanto sou voluntário na organização de livros e dou assistência na parte administrativa. No projeto socioeducativo cultural da Mais Caminhos sou monitor voluntário com as crianças assistidas das comunidades de Copacabana e Ipanema”. Sobre sentir alguma dificuldade, ele disse que não lembrava de algo que tenha marcado negativamente sua trajetória.

 

“Minha meta de vida é ajudar ao próximo”

Beatriz Merces perdeu a melhor amiga aos 18 anos e desde então colocou como meta ajudar ao próximo. Ela também é voluntária há anos e está presente em diversas ações do Viva Rio e de outras instituições do Rio. A história dela com o voluntariado começou por causa de um momento muito traumático na vida. Então, ela resolveu se doar às pessoas que precisavam de ajuda.

“Uma amiga dos tempos de escola sofreu um acidente de carro e ficou em estado gravíssimo. Eu, impotente, queria ajudar de alguma forma. Infelizmente, não foi possível. Ela se foi, mas gerou em mim uma empatia tão grande por pessoas na mesma situação que comecei a doar sangue (ainda sou doadora). Daí em diante passei a participar de diversas ações. Dentre elas, estive na triagem de roupas do SOS Região Serrana, na antiga sede do Viva Rio, SOS Região Serrana pela Arquidiocese, com ida ao local”.

Para Beatriz, é importante estar aberta às possibilidades que a vida nos dá. “Às vezes, a gente se fecha tanto na questão da necessidade de um trabalho formal que não nos damos conta que há um mundo de possibilidades ‘lá fora’. Eu não teria muitas dessas oportunidades se ainda estivesse trabalhando em uma empresa. Comecei a ver o lado bom disso! E digo que com certeza evoluí muito mais em alguns meses de voluntariado do que em anos de trabalho como jornalista”.

Beatriz, voluntária do Viva Rio

Ambos são voluntários assíduos do Viva Rio e fazem parte de uma imensa rede de apoio. Segundo Diego, a missão do voluntariado vai muito além do que levantar demandas ou necessidades de instituições. “Somos a conexão entre voluntários e projetos sociais. Somos o sorriso e o muito obrigado de uma criança. Somos o abraço apertado e aquela prosa no meio da rua com quem não tem um teto para morar. Acreditamos numa sociedade mais justa e inclusiva e não há distinção de público atendido ou projeto social para nós. Ajudar ao próximo e a quem mais precisa numa ampla rede solidária, como uma grande engrenagem de ajuda mútua”.

A equipe do Voluntariado desenvolve diversas ações ao longo do ano, mas existem quatro projetos fixos: o Salvando Vidas, Gota a Gota é uma parceria com hemocentros, associações comunitárias, igrejas e empresas para incentivar e facilitar a doação de sangue. A equipe é responsável por mobilizar, informar e levar os doadores aos bancos de sangue. Já a campanha Inverno Quente consiste no trabalho permanente de arrecadação de roupas, cobertores e agasalhos em vários pontos da cidade para serem doados para pessoas em situação de rua nas noites mais frias do ano. A Cartinha do Papai Noel/Criança Feliz, Natal Feliz é realizada todo final de ano, onde são arrecadados presentes para pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. O quarto projeto fixo é o Plano de Ações Emergenciais (PAE), que articula e mobiliza voluntários para prestar socorro e reunir doações para pessoas vítimas de calamidades, como enchentes, deslizamentos de terra ou terremotos.

Clique para saber mais sobre as ações do Voluntariado: http://www.vivario.org.br/voluntariado/

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