Centro de Reabilitação Pós-Covid do Hospital Oceânico completa um mês

Desde 23 de agosto, foram contabilizados mais de 600 atendimentos, entre consultas, triagens e avaliações

Paciente Lucilene da Cunha Matos sendo atendida na área de fisioterapia – Foto: Pedro Conforte

 

 

“Caminhadas curtas já me deixavam sem ar, mas agora, depois de poucos dias de tratamento, já consigo perceber a diferença e não sinto quase nada”, contou Lucilene da Cunha Matos, de 41 anos, durante uma das sessões de fisioterapia no Centro de Reabilitação Pós-Covid, em Niterói. Moradora do Largo da Batalha, ela é uma das mais de 100 pessoas que estão recebendo atendimento na unidade de reabilitação que fica dentro do Hospital Oceânico de Niterói, administrado pelo Viva Rio.

Com o avanço da vacinação e a redução da ocupação em unidades de tratamento intensivo, o combate ao coronavírus entrou em uma nova fase. Inaugurado no dia 23 de agosto, o Centro de Reabilitação está localizado dentro da unidade, que é referência no combate ao Covid-19 no município. Até o dia 22 de setembro foram contabilizados 652 atendimentos – entre consultas, triagens e avaliações, uma média de 21 atendimentos por dia. No mesmo período, 109 pessoas seguem em reabilitação, entre atendidos e pacientes.

Lucilene apresentou um quadro grave de Covid-19, permanecendo internada na unidade por 33 dias. Retornou em agosto para a reabilitação e está sendo acompanhada por diversos profissionais.

“Por conta da traqueostomia, precisei de atendimento da fonoaudiologia, mas já tive alta. Agora tenho feito acompanhamento com psicologia, enfermagem e fisioterapia. No primeiro circuito que eu tentei fazer, não consegui concluir. Hoje já faço e consigo perceber que minha força muscular está voltando. Cada dia que saio daqui me sinto melhor”, contou Lucilene, que foi a primeira paciente a ser atendida no Centro de Reabilitação.

Fadiga, cansaço, dor crônica, fraqueza muscular, limitação respiratória, perda de olfato e paladar, são alguns sintomas que parte dos pacientes que superaram a Covid-19 enfrentam após a alta. Mas uma coisa chamou a atenção da equipe: o número expressivo de problemas cardíacos.

“Conseguimos mensurar, dentre as pessoas atendidas até o momento no Centro de Reabilitação, que, de cada dez pacientes, três precisaram da Cardiologia, por alguma condição pós-internação. No Centro já temos especialistas por demanda e, caso a gente perceba a necessidade de uma outra especialidade médica, iremos nos adequando. Por ser uma doença recente, inúmeros estudos ainda estão em desenvolvimento. No que tange à reabilitação de sequelas, é a mesma coisa”, explicou Rafael Carraro, diretor técnico do Hospital Oceânico.



Tratamento

Após o levantamento e a triagem realizadas pelas equipes de saúde, o paciente é encaminhado à primeira consulta no Hospital Oceânico, onde um médico faz a avaliação inicial e encaminha o paciente para uma das especialidades (fisioterapia, fonoaudiologia, assistência social, médica, enfermagem, nutrição, psicologia) que se dividem para atender à demanda de cada paciente.

“A equipe do Centro de Reabilitação tenta marcar mais de uma especialidade por dia, para que o paciente – muitas vezes com dificuldade para se deslocar – possa otimizar a sua ida ao hospital. Além disso, essa é uma equipe que já vem combatendo a Covid-19 na unidade, por isso já tem conhecimento prático tanto dos pacientes, que na maioria das vezes estiveram internados no hospital, quanto da doença”, esclareceu Gisela Motta, diretora geral do Hospital Oceânico.

Referência

O Hospital Oceânico é a primeira unidade hospitalar do Brasil exclusiva para o tratamento de pacientes com Covid-19. A Prefeitura de Niterói arrendou as instalações de um hospital privado, que estava fechado. Foram realizadas obras de adequação na unidade para receber os primeiros pacientes que começaram a chegar logo depois de sua inauguração, em abril de 2020. Desde sua abertura, é administrado pelo Viva Rio.

Em junho a unidade alcançou uma marca histórica: duas mil altas de pacientes recuperados da Covid-19 desde a abertura.

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