Ato contra intolerância reúne 2 mil fiéis em Copacabana

Respeito, fé e amor ao próximo foram os valores pregados na 6ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. Promovido pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), o ato levou mais de 2 mil pessoas à Praia de Copacabana no último domingo, dia 8.

Candomblecistas, evangélicos, católicos, umbandistas, wiccas, espíritas, bahá’ís, judeus, muçulmanos, seguidores do Santo Daime, budistas e ciganos estavam entre os participantes do evento. Todos tiveram a chance de subir até o carro de som instalado na orla e expressar-se a favor da pluralidade de credos.

Fiéis caminham pela orla de Copacabana durante ato contra a intolerância religiosa (Foto: Fernando Frazão/ABr)

Adepto da caminhada desde a primeira edição, o umbandista Marcio Barra Vento afirmou que, a cada ano que passa, “os fiéis mostram mais a cara”. “Eles estão perdendo a vergonha de vestir-se de acordo com sua crença e acompanham as músicas de outras religiões, provando o poder de união da fé”.

Segundo o líder bahá’í Iradj Eghrari, uma das principais pautas do evento é a instauração de um Estado laico, que proteja o direito de escolha de todos os indivíduos. “Mais de 400 bahá’ís  foram executados no Irã. Não queremos que isso aconteça aqui no Brasil”, disse.

Já a seguidora do Santo Daime Lígia Duque Platero reforçou a necessidade de discutir a liberdade religiosa nas escolas para que jovens não sofram discriminação ao adotarem preceitos diferentes de fé. “O estudo de religião costuma ser limitado ao catolicismo ou ao evangelho. Quem tem outros valores, acaba marginalizado ou sendo alvo de comentários maldosos pelos colegas”, relatou.  A filha de Denise de Santi, frequentadora da Igreja de Bruxaria e Wicca do Brasil, sofreu na pele o preconceito da instituição onde estudava. “Ela viu um de nossos deuses sendo chamado de ‘tiozinho’ pela turma. Chegou a se manifestar, mas a professora preferiu mudar de matéria a repreender os alunos”.

Para uma das mais importantes lideranças religiosas do país, Mãe Beata de Iemanjá, atos como a caminhada ajudam a resgatar a solidariedade humana. “Estou na luta contra a intolerância desde que nasci. Esse não é um conflito de armas, mas de irmãos”, explicou.  A candomblecista deixou uma mensagem aos jovens brasileiros: “Entendam que fé é soma e não divisão”.

O evento teve apoio do Viva Rio e contou com a presença do diretor executivo Rubem César Fernandes e do coordenador de Segurança Humana, Ubiratan Angelo.

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